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escolheram local para estabelecimento dos colonos que os tinham mandado. Não ouvimos queixas dos colonos que já chegaram à provincia; todos elles parecem satisfeitos, e, na verdade, os emigrantes seriam muito desarrazoados se se queixassem do clima do Paraná e desejassem sujeitar-se outra vez ao talão de ferro do despotismo russo". (15) Apesar do Dezenove de Dezembro, jornal oficioso do govêrno provincial, negar a existência destas queixas, a taxa de emigrantes saídos da Província pelo pôrto de Paranaguá foi tão alarmante que o amanuense encarregado de organizar os mapas do movimento do pôrto julgou conveniente juntar uma nota explicativa ao mesmo. "Mappa estatistico da emigração no porto da cidade de Paranapá, durante o anno de 1879. Nacionalidade Entraram Sahiram Americanos do norte 330 Alemães Austriacos Brazileiros Dinamarquezes Francezes Hespanhoes Ingleses Italianos Portugueses Prussianos Russos Suecos Suissos Total 3 lO 1.115 2 25 7 17 752 33 1 4 1 3 2.303 Entraram Sahiram Differença 63 2 8 920 - 30 6 28 437 21 14 1.g60 - 3 3.492 Resumo Emigração 2.303 3.492 1.189 Differença 1.189 Pela presente demonstração V. Ex. se dignará ver que houve na emigração uma differença para mais de 1189 estrangeiros sendo a causa principal desta differença a repatriação dos russos alemães em número de 1960 que se achava nos Campos Geraes. Convem deixar consignado que a maior parte da repatriação se dera antes da administração de V. Ex. que data de 23 de abril, pois que de Janeiro (15) - Dezenove de Dezembro, Anno XXV, n.· 1899 de 10 de abril de 1878, Curytlba. 166
a principio de Maio, quando era impossivel que V, Ex" podesse evitar a sahida dos que já se achavam em Paranaguá, a espera do vapor que os transportasse à Europa, foi a repatriação de 1455 russos-alemães. Felizmente V. Ex. por suas providencias e acertadas medidas soube conter o grande movimento de repatriação", (16) Deve juntar-se aos repatriados através de Paranaguá aquêles que sairam por via terrestre em direção ao sul, cujo número pode apenas ser estimado. o Jornal do Commercio de 26 de novembro de 1877 relatava o seguinte: "O governo imperial auxiliou a imigração russa com importantes sommas, deu transporte aos colonos, sustentou-os durante longos mezes, colocou-os em boas terras, em região fertil e bem situada. O governo fez, pois, tudo quanto podia fazer no caso. Eis porém que emissários argentinos que recebem uma libra esterlina por cabeça de colono russo, que do Brasil levarem para a Confederação, penetram na Colonia Bocca do Monte, não obstante toda a vigilancia da policia, e ahi começam a instigar os russos a transmigração para o Rio da Prata. Para conseguirem os seus reprovados fins, argumentam com a superioridade das terras de campo da Confederação, lisongeando assim uma maioria dos russos, e especulam por outro lado com o fanatismo religioso dos mesmos, figurando o Brasil como minado pelo scepticismo e descrença. Os pobres e ignorantes colonos instigados por esses especuladores, resolvem ir para o Rio da Prata e com este fim se poem em marcha para Porto Alegre", (17) Afinal dos 20 mil colonos esperados, vieram apenas 3.809, o que significa menos de 25 % do total previsto e dêles permaneceram nos Campos Gerais somente cêrca de 50%, e isto sem levar em conta os que sairam por via terrestre. Em 1880 das 659 casas coloniais construídas para alojar êstes imigrantes apenas 292 estavam ocupadas, sendo que 317 estavam abandonadas e 50 encontravam-se em mau estado. (18) Nesta mesma data a situação dos colonos remanescentes era a seguinte conforme o relatório de Souza Dantas, de 16 de fevereiro, à Assembléia provincial: "dedicam-se a plantações em pequena escala. A sua cultura consta de milho, feijão, centeio e batatas, que este anno promettem uma colheita assaz sufliciente para o consumo do estabelecimento" ou "sua plantação é resumida, consta de 2 e meio alqueires de milho, 2 e meio ditos de feijão e 500 pés de fumo", "entre os núcleos o de Moema dá sinais de prosperidade pois a sua plantação consta de 7 e meio alqueires de milho, 6 e meio de feijão, 25 de centeio, 4 de trigo, 4 de avêa, 2 de trigo sarraceno, 4.000 pés de fu- (16) - Relatório apresentado ao presldente da provlncla Manuel Plnto de Souza Dantas FUho, pelo Juiz de Dlrelto, Juiz Barreto Correa de Menezes, Chefe da Policla da Provincia, em 3/1/1880, p. 43. (17) - Jornal do Commerclo, 26 de novembro de 1877, Rlo de JaneirO. (18) - Relatório de Manuel de Souza Dantas FUho, 16/2/1880 p. 66. 167
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