anpuh.s02 - Associação Nacional de História
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mo e diversas qualida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> hortaliças", mas como o fato constitue<br />
exceção, aparece convenientemente comentado, "a animação que se<br />
nota no trabalho <strong>de</strong>stes colonos, parece ser <strong>de</strong>vida ao methodo por<br />
elles adopthado na preparação da terra para a qual empregam estrume,<br />
que com muita difficulda<strong>de</strong> reunem". (19)<br />
Na maioria dos núcleos, a agricultura ficou restringida ao cultivo<br />
do milho, feijão, batatas, cuja produção apenas, e mal, bastava<br />
para o sustento dos próprios colonos. Por esta razão visando prover os<br />
colonos com algum recurso extra, uma vez que os núcleos foram prematuramente<br />
emancipados em outubro <strong>de</strong> 1878, o govêrno autorizou<br />
seu emprêgo nos trabalhos <strong>de</strong> construção e reparo <strong>de</strong> estradas. O engenheiro<br />
da estrada Matto-Grosso recebeu instruções para "empregar<br />
os colonos russos alemães dos Campos Geraes, nos trabalhos da<br />
estrada, da Serrinha a Palmeira, e <strong>de</strong>sta localida<strong>de</strong> à Ponta Grossa,<br />
a fim <strong>de</strong> dar-lhes salario para auxilia-los em seu <strong>de</strong>finitivo estabelecimento".<br />
(20)<br />
A fim <strong>de</strong> que os colonos da Lapa fôssem equiparados aos <strong>de</strong>mais<br />
foi-lhes proporcionado serviço em consêrtos <strong>de</strong> que "carece a estrada<br />
que d'ali se dirige a esta capital".<br />
Sôbre a eficácia dêste procedimento no sentido <strong>de</strong> fixar os colonos,<br />
manifestou dúvidas o diretor do núcleo <strong>de</strong> S. Quitéria em ofício<br />
dirigido ao Presi<strong>de</strong>nte da Província.<br />
"Não há certeza <strong>de</strong> que o governo consiga por esse meio, os beneficos<br />
resultados que teve em vista. Em vez <strong>de</strong> ministrar aos colonos<br />
meios <strong>de</strong> iniciarem suas lavouras po<strong>de</strong> concorrer indiretamente, para<br />
que elles se repatriem mais facilmente". E como prova, cita o caso<br />
<strong>de</strong> alguns colonos do Lago que após receberem seus salários, correspon<strong>de</strong>ntes<br />
a serviços prestados na estrada <strong>de</strong> Palmeira, começaram a<br />
"effectuar o movimento <strong>de</strong> repatriação". (20<br />
Por outro lado, já a partir <strong>de</strong> 1879 aparecem russos-alemães ocupados<br />
nos serviços <strong>de</strong> transporte. Com referência aos colonos do Lago,<br />
diz ainda outro relatório, que <strong>de</strong>sprezam as ativida<strong>de</strong>s agrícolas<br />
porque "empregão-se <strong>de</strong> preferencia em dar conducções em carroças".<br />
Esta ativida<strong>de</strong> rendosa seria <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para os colonos<br />
russos-alemães, "muitos dos colonos retirantes se haviam applicado<br />
ao transporte <strong>de</strong> mercadorias, realisando quasi invariavelmente<br />
100$000 liquidos em cada viagem". (22)<br />
Seu entrosamento na economia do mate não tardou, os colonos do<br />
núcleo D. A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> "não se <strong>de</strong>dicão à lavoura, ocupão-se elles quasi<br />
exclusivamente no transporte <strong>de</strong> herva mate, que vão comprar no<br />
sertão". (23)<br />
(19) - Relatório <strong>de</strong> Souza Dantas, 1880 p. 63.<br />
(20) - Relatório <strong>de</strong> Souza Dantas, 1880 p. 27.<br />
(21) - Relatório <strong>de</strong> Rodrigo Octávio, 1879, p. 61.<br />
(22) - Relatório Roclrigo Octávio, 1878, p. 58.<br />
(23) - Relatório Souza Dantas, 1880 p. 63.<br />
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