21.05.2013 Views

anpuh.s02 - Associação Nacional de História

anpuh.s02 - Associação Nacional de História

anpuh.s02 - Associação Nacional de História

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

COLONIAS DE PARCERIA NA LAVOURA DE CAFÉ:<br />

PRIMEIRAS EXPERmNCIAS.<br />

EMILIA VIOTTI DA COSTA (*)<br />

Com o objetivo <strong>de</strong> promover pouco a pouco a substituição do braço<br />

escravo na lavoura <strong>de</strong> café, recorreu-se, nos meados do século<br />

XIX à colonização estrangeira, sob sistema <strong>de</strong> parceria. Pretendia-se<br />

<strong>de</strong>ssa maneira, conciliar fórmulas usadas nos núcleos coloniais <strong>de</strong><br />

povoamento com as necessida<strong>de</strong>s do Latifúndio cafeeiro. Contava-se<br />

com a experiência dos núcleos coloniais <strong>de</strong> povoamento, cuja creação<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a vinda da Côrte <strong>de</strong> D. João VI para o Brasil tinha sido estimulada.<br />

A partir <strong>de</strong> então havia se rompido <strong>de</strong>finitivamente com as<br />

tradicionais restrições à fixação <strong>de</strong> estrangeiros na Colônia. Estimulava-se<br />

a vinda <strong>de</strong> imigrantes. Os objetivos <strong>de</strong>ssa política eram sobretudo<br />

<strong>de</strong>mográficos. Reconhecia-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> povoar o país<br />

e para isso se recorria à colonização. No Espírito Santo, no Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro, em São Paulo, em Santa Catarina e Rio Gran<strong>de</strong> do Sul formaram-se<br />

os primeiros núcleos (1).<br />

Em São Paulo, entre 1827 e 1837, cêrca <strong>de</strong> mil e duzentos colonos<br />

foram localizados em diferentes pontos da Província. Também no<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro, nessa época, tentara-se incentivar a colonização dirigida.<br />

Os resultados eram duvidosos e não chegavam a entusiasmar.<br />

Não nos cabe aqui analisar os inúmeros obstáculos que entravam êsse<br />

tipo <strong>de</strong> colonização, mas não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> mencionar as resistências<br />

encontradas nos países europeus sobretudo nórdicos à idéia<br />

<strong>de</strong> emigração para o Brasil. A popUlação <strong>de</strong>ssas regiões on<strong>de</strong> a pressão<br />

para emigração atuava mais fortemente, era canalizada para<br />

os Estados Unidos. A organização <strong>de</strong>mocrática das colônias Americanas<br />

do Norte, o progresso econômico <strong>de</strong>ssa região, a rê<strong>de</strong> <strong>de</strong> transporte<br />

que aí se instalara precocemente, o clima <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> religiosa,<br />

a relativa semelhança da paisagem americana com a Européia, ambas<br />

<strong>de</strong>ntro da mesma área <strong>de</strong> clima temperado, maior proximida<strong>de</strong> da<br />

Europa, o que significava passagens mais baratas, tudo contribuia<br />

para dar aos Estados Unidos uma primazia absoluta entre os países<br />

americanos (2). Para lá se dirigia expontâneamente a corrente emigratór1a.<br />

Nada que se lhe comparasse oferecia o Brasil. Terra ignota,<br />

sôbre a qual corriam lendas as mais extraordinárias: terra distante,<br />

agreste, coberta <strong>de</strong> matas tropicais in<strong>de</strong>vassáveis, on<strong>de</strong>, sob, um clima,<br />

(.) ProfessOra da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Plloeotta da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> SIo Paulo.<br />

275

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!