anpuh.s02 - Associação Nacional de História
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cionado a innumeras pessoas com o pessimo e anti-scientiffico systema<br />
<strong>de</strong> atirar grupos <strong>de</strong> imigrantes em pontos ínvios, longe <strong>de</strong> todos<br />
os recursos e relações sociaes". (26)<br />
O curioso é que a con<strong>de</strong>nação tornou-se extensiva aos Campos<br />
Gerais. O "paradis terrestre" <strong>de</strong> Saint Hilaire, a partir dêste cometimento<br />
mal sucedido, foi consi<strong>de</strong>rado impróprio para qualquer ativida<strong>de</strong><br />
agrícola e portanto para a colonização. Generalizada a opinião<br />
<strong>de</strong> que aquêles Campos não comportavam outra ativida<strong>de</strong> além<br />
da tradicional exploração pastoril, intensificou-se a procura <strong>de</strong> terras<br />
<strong>de</strong> matas para a agricultura. A reconquista dos Campos Gerais<br />
para as ativida<strong>de</strong>s agrícolas é bastante recente.<br />
Hoje à vista dos empreendimentos coloniais agrícolas realizados<br />
com êxito, e dos recursos que foi necessário lançar mão para tal fim<br />
ser obtido, é possível a reavaliação dos fatôres que concorreram para<br />
o insucesso da colonização dos alemães do Volga nos Campos Gerais.<br />
3 - NOVAS CORRENTES IMIGRATÓRIAS NOS CAMPOS GERAIS<br />
As iniciativas oficiais <strong>de</strong> colonização nos Campos Gerais, ben.<br />
como o programa <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento das ativida<strong>de</strong>s agrícolas naquela<br />
tradicional região <strong>de</strong> exploração pastoril, malograram.<br />
Alguns novos contingentes <strong>de</strong> imigrantes, italianos, poloneses, etc.,<br />
foram ainda encaminhados para os núcleos abandonados pelos russos-alemães,<br />
muitos dos quais foram reorganizados.<br />
Porém, a essa altura, os colonos antigos e novos já haviam a<strong>de</strong>rido<br />
ao conceito <strong>de</strong> que os campos não podiam ser cultivados e só <strong>de</strong>viam<br />
ser usados para a criação <strong>de</strong> gado. Por isso, permaneceram efetivamente<br />
ocupadas, apenas aquelas colônias situadas em áreas mistas<br />
<strong>de</strong> campo e mata. Os colonos cultivando as terras <strong>de</strong> mata e utilizando<br />
o campo para o pasto, ingressaram na rotina do sistema <strong>de</strong> rotação<br />
<strong>de</strong> terras, adaptando-se às práticas agrícolas da estrutura arcáica.<br />
Estas colônias, econômica, social e culturalmente sem expressão,<br />
pouco contribuiram para estimular novos empreendimentos colonizadores<br />
naquela região paranaense. Assim, muitos anos <strong>de</strong>correram até<br />
que se pensasse em reconquistar os Campos Gerais para a exploração<br />
agrícola. As novas tentativas no sentido <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver a agricultura<br />
nos Campos Gerais, resultaram agora <strong>de</strong> iniciativa particular.<br />
As companhias construtoras <strong>de</strong> estradas <strong>de</strong> ferro, interessaramse<br />
pela colonização das regiões abertas pelas suas ferrovias na intenção<br />
<strong>de</strong> valorizá-las, como o haviam feito nos Estados Unidos e Canadá.<br />
A "Brazil Railway Company", que construiu a estrada <strong>de</strong> ferro<br />
São Paulo-Rio Gran<strong>de</strong>, iniciou, em 1911, uma colônia na área <strong>de</strong> campo,<br />
situada entre Castro e Ponta Grossa. A colônia chamada Caram-<br />
(26) - Taunay, A. <strong>de</strong> Escragnolle, Viagem do Presi<strong>de</strong>nte ao Iguaçu em março <strong>de</strong><br />
1886. Revlsta do Instituto Hlst6rlco, Tomo L, Parte n, 1887, Rio <strong>de</strong> Janelro.<br />
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