21.05.2013 Views

anpuh.s02 - Associação Nacional de História

anpuh.s02 - Associação Nacional de História

anpuh.s02 - Associação Nacional de História

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Entre os pioneiros <strong>de</strong>sse sistema <strong>de</strong>staca-se a muito conhecida<br />

figura do senador Vergueiro. Des<strong>de</strong> 1840, antes portanto da cessação<br />

do tráfico, tentara êle atrair imigrantes portugueses para sua fazenda<br />

<strong>de</strong> café, na região <strong>de</strong> Limeira (Fazenda Ibicaba). Convencido das<br />

vantagens do sistema <strong>de</strong> parceria, passadas as agitações políticas nas<br />

quais se viu envolvido em 1842, prosseguiu com suas gestões no sentido<br />

<strong>de</strong> possibilitar a introdução <strong>de</strong> colonos segundo aquêle sistema. Em<br />

1845 (17) Vergueiro apresentou ao Senado uma emenda ao Orçamento<br />

pela qual ficava autorizado o Govêrno a <strong>de</strong>spen<strong>de</strong>r até duzentos contos<br />

com a importação <strong>de</strong> colonos (18). O Govêrno Provincial <strong>de</strong>signou<br />

Vergueiro (19) para recebê-los e assumir a responsabilida<strong>de</strong> das<br />

<strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> transporte dos colonos. A primeira tentativa <strong>de</strong> introduzir<br />

colonos portugueses (20) frustrara-se por ocasião das agitaçõee<br />

políticas que haviam assolado a província, tendo os colonos abando·<br />

nado a fazenda e se dispersado. Vergueiro volta-se para a Suissa e<br />

Alemanha. Em 1846 cêrca <strong>de</strong> 364 famílias, na sua maioria prussianos,<br />

bávaros e camponeses do Holstein foram contratados para a sua<br />

fazenda <strong>de</strong> Ibicaba, aí chegando em 1847. Associava-se assim o trabalho<br />

livre ao escravo, pois persistiam na fazenda Ibicaba duzentos<br />

e quinze escravos. Vergueiro constituira uma socieda<strong>de</strong> da qual faziam<br />

parte membros <strong>de</strong> sua familia - passava a ser Vergueiro e Cia.<br />

Em 1852 novo contrato, agora com o Govêrno Provincial, tendo Vergueiro<br />

se comprometido a fornecer no espaço <strong>de</strong> três anos 1.500 colonos.<br />

Em 31 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1854 comunicava êle ter cumprido integralmente<br />

seu contrato, ultrapassando mesmo o número a que se comprometera<br />

(21), (22).<br />

Em 1855 (23) solicitava ao Govêrno Imperial um empréstimo <strong>de</strong><br />

duzentos contos <strong>de</strong> réis pelo prazo <strong>de</strong> oito anos, livres <strong>de</strong> juros, oferecendo<br />

em garantias <strong>de</strong> pagamento terras em valor maior. Solicitava<br />

ainda como corolário que fôsse permitida às embarcações empregadas<br />

na condução <strong>de</strong> colonos voltar com "suas aguadas livres <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s",<br />

assim como pleiteava que os agentes consulares <strong>de</strong>ixassem<br />

<strong>de</strong> cobrar emolumentos pelos passaportes. Contra essas vantagens<br />

obrigava-se a introduzir 10.000 colonos durante êsse prazo numa média<br />

<strong>de</strong> mil duzentos e cinquenta por ano. comprometendo-se a colocá-lo<br />

em mãos <strong>de</strong> particulares. A importância correspon<strong>de</strong>nte às passagens<br />

seria recebida no prazo <strong>de</strong> um, dois ou três anos. Ressalvava-se<br />

o direito <strong>de</strong> ter por sua conta todos os colonos que introduzisse<br />

acima daquêle número. Obrigava-se ao mesmo tempo a manter uma<br />

ou duas linhas <strong>de</strong> barcos à vela, cada uma com mais <strong>de</strong> três barcos,<br />

ou vapores (neste caso em número menor) para o transporte dos<br />

colonos, até que o número <strong>de</strong> <strong>de</strong>z mil fôsse atingido. No caso <strong>de</strong> não<br />

conseguir preencher as condições do compromisso no prazo <strong>de</strong> dois<br />

anos o contrato seria consi<strong>de</strong>rado nulo, sendo o govêrno reembolsado<br />

<strong>de</strong> tudo, <strong>de</strong>duzidas as <strong>de</strong>spesas correspon<strong>de</strong>ntes ao número <strong>de</strong> colonos<br />

introduzidos. Nesse caso, obrigava-se o contratante a pagar um prêmio<br />

sôbre a quantia adiantada, pelo tempo <strong>de</strong>corrido. Comprometia-se<br />

também "a procurar realizar os contratos que lhe fôssem apresenta-<br />

280

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!