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anpuh.s02 - Associação Nacional de História

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:a:ste foi o gran<strong>de</strong> uso da terra inicialmente. Depois <strong>de</strong>caiu o índice<br />

<strong>de</strong> pecuária e sobe o da agricultura, com o <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

cultura da cana do açúcar; surge a extração do sal e das riquezas<br />

minerais, <strong>de</strong>pois exploradas no Rio Gran<strong>de</strong> do Norte.<br />

e) Os Dias Atuais<br />

A última concessão <strong>de</strong> data <strong>de</strong> terra, conforme verificamos no índice<br />

dos Livros <strong>de</strong> Registro <strong>de</strong> Cartas e Provisões do Senado da Câmara<br />

<strong>de</strong> Natal, Capitania do Rio Gran<strong>de</strong>, traz a data <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> março<br />

<strong>de</strong> 1831, em que foi conce<strong>de</strong>nte Antônio da Rocha Bezerra e concessionário<br />

Manuel Alexandre da Cruz. O citado índice registra a concessão<br />

<strong>de</strong> 755 sesmarias, todavia, possivelmente o número po<strong>de</strong> não ser<br />

êste, <strong>de</strong> vez que se observa que ora os capitães mores, ora o governador<br />

geral, faziam doações <strong>de</strong> datas <strong>de</strong> terra.<br />

Ocupadas as terras do Estado, em face das antigas datas, verifica-se<br />

o fenômeno comum <strong>de</strong> terem sido exatamente as melhores faixas<br />

que se transferiram para o domínio privado. As glebas cortadas<br />

pelos rios perenes, nos vales úmidos, ou pelos rios sêcos, as localizadas<br />

nas regiões geográficas <strong>de</strong> maior vocação agrícola ou pecuária, foram<br />

transferidas a um dono.<br />

A gran<strong>de</strong> porção da zona semi-árida, notadamente dos taboleiros,<br />

ainda hoje <strong>de</strong>sconhecida sob o ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> sua utilida<strong>de</strong>, permaneceu<br />

como terra <strong>de</strong>voluta, para um retalhamento futuro que se foi<br />

processando lentamente. Aí ocorreram mais freqüentemente as posses<br />

e alguns cercados se <strong>de</strong>senvolveram na medida precária <strong>de</strong> suas possibilida<strong>de</strong>s,<br />

sem processamento legal, por uma situação <strong>de</strong> fato e não<br />

<strong>de</strong> direito, se bem que <strong>de</strong> justiça, pois êsses tipos <strong>de</strong> pequenas proprieda<strong>de</strong>s<br />

iniciavam-se pelo trabalho <strong>de</strong> um homem ou <strong>de</strong> uma família<br />

inteira.<br />

No futuro constatou-se o que permanece hoje mais acentuadamente<br />

ainda: quantida<strong>de</strong> imensa <strong>de</strong> terras <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> em mãos<br />

<strong>de</strong> homens <strong>de</strong> pouca visão social que as não utilizam sob qualquer forma<br />

<strong>de</strong> trabalho, mantendo-se ociosas, com reais prejuízos para a comunida<strong>de</strong>,<br />

escudados por um título <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> muito antigo e que<br />

se transmitiu até seu nome. Enquanto isso, pequenas glebas produtivas<br />

<strong>de</strong> homens que trabalham, não se po<strong>de</strong>m expandir, nem têm o incentivo<br />

da assistência técnica, porque os seus posseiros ignoram a importância<br />

da formalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um requerimento à Secretaria da Agricultura,<br />

para que venham por um processo <strong>de</strong> aforamento ter direito ao<br />

chão que lhes mantém e que contribui para alimentar muitos outros.<br />

E não têm sido raros os casos dêsses pequenos posseiros que trabalham,<br />

per<strong>de</strong>rem a posse <strong>de</strong>ssas terras porque um homem da cida<strong>de</strong><br />

raquereu e obteve aforamento e os expulsa <strong>de</strong> lá para que não lhe<br />

criem embaraços com os seus direitos. E expulso o trabalhador posseiro<br />

a terra fica <strong>de</strong>serta porque o requerente não queria e nem quer cultivar<br />

ou criar, mas apenas ser proprietário e ganhar dêsse negócio<br />

fácil, os lucros <strong>de</strong> uma valorização.<br />

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