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anpuh.s02 - Associação Nacional de História

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Ao Prol. Pedro Calmon:<br />

O argumento <strong>de</strong> história política que o Prof. Pedro Calmon aduziu<br />

ao nosso trabalho, na verda<strong>de</strong> reforça a assertiva <strong>de</strong> que o Presi<strong>de</strong>nte<br />

Rodrigo Octávio chegou ao Paraná, prémunido <strong>de</strong> má vonta<strong>de</strong><br />

para com a colonização russo-alemã.<br />

Cremos porém que além dêste e outros já mencionados fatôres<br />

<strong>de</strong> natureza extrínseca, o que melhor explica sua atitu<strong>de</strong> é uma interpretação<br />

do ângulo ântropo-cultural. Um homem, saído <strong>de</strong> uma<br />

socieda<strong>de</strong> tradicionalmente pouco afeita aos contactos culturais com<br />

os novos elementos imigrados, teria por fôrça <strong>de</strong> sua formação, certa<br />

dificulda<strong>de</strong>, e mesmo incapacitado, para compreen<strong>de</strong>r e aceitar aquêles<br />

imigrantes alemães proce<strong>de</strong>ntes do Volga. Agravada ainda a situação<br />

pelos problemas que estavam êles causando à administração<br />

da Província.<br />

A informação do diário <strong>de</strong> viagens <strong>de</strong> D. Pedro II é válida, as<br />

terras eram e são <strong>de</strong>ficientes. Em algumas áreas, o arenito aflora<br />

apenas revestido pelo campo e certos núcleos foram especialmente<br />

mal localizados como aquêles da colônia Sinimbú, na Palmeira. A má<br />

qualida<strong>de</strong> das terras lixiviadas, arenosas e ácidas, atuou <strong>de</strong> modo<br />

pon<strong>de</strong>rável sôbre o empreendimento, porém o que <strong>de</strong> fato o comprometeu<br />

foi a ausência ainda <strong>de</strong> uma estrutura econômica capaz <strong>de</strong><br />

absorver e estimular a sua produção agríCOla. Verificou-se, com os<br />

remanescentes, que mesmo a sua pequena produção <strong>de</strong> cereais, como<br />

o centeio, aveia, cevada, trigo sarraceno, não tinha mercado, estava<br />

fora dos hábitos alimentares da popUlação local. Assim as colônias<br />

passaram a produzir apenas para o seu auto abastecimento. A produção<br />

<strong>de</strong> trigo em larga escala, que os governantes tanto haviam <strong>de</strong>sejdo<br />

não era possível naquelas terras, os outros cereais não tinham<br />

mercado, tudo contribuindo para a estagnação das colônias.<br />

Ao Prof. Eduardo d' Oliveira França:<br />

Muito agra<strong>de</strong>cemos ao Professor França a atenção das suas refiexões<br />

sôbre a nossa contribuição. A rica e variada gama <strong>de</strong> sugestões<br />

que formulou no sentido <strong>de</strong> alargar a compreensão das mudanças<br />

estruturais em têrmos <strong>de</strong> processo, até certo ponto <strong>de</strong> europeização<br />

da paisagem agrária mereceu a nossa atenção.<br />

Quanto aos prOblemas <strong>de</strong> contacto são realmente numerosos mas<br />

não chegam a ser inquietante, pois as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> isolamento<br />

são hoje quase nulas. Por outro lado os mecanismos <strong>de</strong> resistência à<br />

integração foram muito atenuados pelo progresso dos estudos <strong>de</strong> relações<br />

sociais que revolucionaram os conceitos referentes ao processo<br />

assimilatório, não só quanto ao seu prazo, que foi dilatado, mas sabretudo<br />

no que diz respeito ao grau e a intensida<strong>de</strong> da assimilação<br />

que ganharam ampla elasticida<strong>de</strong>.<br />

192<br />

Atualmente se pensa com <strong>de</strong>sembaraço que os problemas <strong>de</strong> assi-

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