anpuh.s02 - Associação Nacional de História
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sacado e finalmente transportado até o mercado exportador, tudo a<br />
exigir até 1850, pelo menos, um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> trabalhadores. Faltam<br />
as máquinas que pu<strong>de</strong>ssem poupar mão <strong>de</strong> obra, faltam meios <strong>de</strong><br />
transporte mais racionais. Todo êle até então, é feito em lombo <strong>de</strong><br />
muar ou carro <strong>de</strong> boi. O cuidado necessário com a tropa, mobiliza permanentemente<br />
um certo número <strong>de</strong> trabalhadores. Com tudo isso o<br />
trabalho numa fazenda <strong>de</strong> café até meados do século é um trabalho<br />
incessante. Dura o ano todo e mantém ocupado um gran<strong>de</strong> número<br />
<strong>de</strong> trabalhadores, exigindo mão <strong>de</strong> obra abundante e não especializada,<br />
que possa <strong>de</strong>dicar-se a várias ativida<strong>de</strong>s diversas. A cultura<br />
extensiva, pouco mecanizada, o sistema <strong>de</strong> produção e trabalho não<br />
racionalizados resultam numa imposição: o custo da mão <strong>de</strong> obra<br />
<strong>de</strong>ve ser comprimido.<br />
Ao fazen<strong>de</strong>iro <strong>de</strong>sta fase da economia cafeeira, interessava o<br />
trabalho livre, na medida em que pu<strong>de</strong>sse comprimir o seu custo.<br />
O sistema <strong>de</strong> parceria não se ajustava pois ao tipo <strong>de</strong> economia latifundiária,<br />
tradicionalmente ligada a escravidão, baseada num único<br />
produto <strong>de</strong> exportação e que utilizava ainda, métodos pouco adiantados.<br />
Dentro da realida<strong>de</strong> da economia cafeeira dos meados do século,<br />
não havia pois condições para o sucesso da colonização estrangeira<br />
nos mol<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um sistema unicamente <strong>de</strong> parceria.<br />
Cópia N.o 1.<br />
CONTRATO<br />
Em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> procuração do TImo. e Exmo. Sr. Francisco Antonio<br />
Souza Queiroz Senador do ImpériO etc., etc., foi concluída a seguinte<br />
Convenção entre Marcos Antonio <strong>de</strong> Araujo, Cavalleiro da<br />
Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> N. Era da Conceição <strong>de</strong> Villa Viçosa, Comendador da Or<strong>de</strong>m<br />
<strong>de</strong> Cristo, Guarda roupa Honorário <strong>de</strong> S. M. o Imperador do<br />
Brasil e seu Encarregado <strong>de</strong> negocios e Conso. Geral nas Cida<strong>de</strong>s<br />
Anseaticas e os Colonos igualmente abaixo assignados.<br />
Art. 1<br />
NN (nome do colono) sua mulher e seus filhos, naturais <strong>de</strong> ..... no<br />
Holstein, obrigão-se a partir <strong>de</strong>ste porto <strong>de</strong> Hamburgo para o <strong>de</strong> Santos<br />
na província <strong>de</strong> São Paulo, no Imperio do Brasil a bordo do<br />
navio ... , Capitão<br />
Art. 2<br />
Os colonos mencionados no § 1.0, logo que chegarem no referido porto<br />
<strong>de</strong> Santos, por-se-ão à disposição do TImo. e Exmo. Se. <strong>de</strong> Souza<br />
Queiroz, que os receberá, alimentará e fará conduzir aos <strong>de</strong>stinos.<br />
Art. 3<br />
O Sr. M. Valentfn, <strong>de</strong>sta Cida<strong>de</strong>, Diretor da SOcieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Navegação<br />
da America do Norte e do Sul, encarrega-se do transporte dos referidos<br />
Colonos pelos fretes seguintes inclusive os mantimentos:<br />
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