anpuh.s02 - Associação Nacional de História
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da terra. Isto é indispensável sobretudo ao se consi<strong>de</strong>rarem as influências<br />
que possam ter contribuído para o estabelecimento <strong>de</strong> tal ou<br />
tal regime <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> ou <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> exploração da terra e <strong>de</strong><br />
técnicas diferentes.<br />
Também, além do estudo dos antece<strong>de</strong>ntes medievais, parece necessário<br />
o estudo <strong>de</strong> aspectos existentes em épocas mais mo<strong>de</strong>rnas.<br />
Há que consi<strong>de</strong>rar ainda o fato <strong>de</strong> que o imigrante, muitas vêzes,<br />
teve <strong>de</strong> adaptar-se às situações existentes no Brasil, mormente no<br />
que respeita ao sistema <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> e ao regime <strong>de</strong> exploração da<br />
terra.<br />
Do Prof. Eduardo d'Oliveira França:<br />
Registra a oportunida<strong>de</strong> do trabalho, uma vez que nada mais<br />
a<strong>de</strong>quado do que a propositura <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m metodológica,<br />
e, sobretudo uma problemática em tôrno dos procedimentos para o<br />
estudo da terra e <strong>de</strong> seu uso no tempo.<br />
Propõe um reparo. Encontramos em <strong>de</strong>staque a recomendação<br />
do estudo dos antece<strong>de</strong>ntes medievais. Justo. Justo, quando se indagam<br />
as raizes. Todavia, omitem-se os séculos fecundos da criação<br />
das estruturas agrárias do Brasil, - os séculos XVI, XVII e XVIII -<br />
quando aquelas linhas medievais se <strong>de</strong>compõem progressivamente. E<br />
quando não se trata mais, a rigor, <strong>de</strong> antece<strong>de</strong>ntes, mas <strong>de</strong> coinci<strong>de</strong>ntes.<br />
Ou melhor: há que consi<strong>de</strong>rarem-se os fenômenos nas suas<br />
configurações variáveis no tempo e no espaço. No tempo, a retraçarem-se<br />
as sucessões, as mudanças. No espaço, a surpreen<strong>de</strong>rem-se semelhanças<br />
e contrastes. Essas duas coor<strong>de</strong>nadas se cruzam. Há uma<br />
experiência metropolitana, isto é, em outro espaço. Ela flutua, e nós<br />
acompanhamos no tempo a essas flutuações, a configurarem-se <strong>de</strong>rramos<br />
<strong>de</strong> influências. Ao mesmo tempo - ou em outras palavras - a<br />
experiência metropolitana do século XVII coexiste com a experiência<br />
do Brasil. Comunicam-se na mesma época, sendo realida<strong>de</strong>s contemporâneas.<br />
Realida<strong>de</strong>s que mudam em sucessão <strong>de</strong> um para outro século.<br />
E que antece<strong>de</strong>m, por isso mesmo, umas às outras, e que resultam<br />
antece<strong>de</strong>ntes da realida<strong>de</strong> atual. Não compreen<strong>de</strong> seu esquecimento<br />
- quando são lembradas raizes medievais longínquas.<br />
Uma segunda observação: O titulo do trabalho é "Metodologia".<br />
Certo, a metOdologia aparece e com freqüência. Mas, em seu conjunto,<br />
o trabalho é antes, um roteiro. Um planejamento <strong>de</strong> rumos e<br />
campos <strong>de</strong> pesquisa. Uma temática. Na consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> uma área <strong>de</strong><br />
investigação po<strong>de</strong>-se cogitar do que ver, e do como ver. A metodologia<br />
cogita dêste segundo conjunto .<strong>de</strong> problemas. Das maneiras <strong>de</strong><br />
fazer. Dos procedimentos. Dos primeiros cogitam os planejamentos.<br />
De resto, um "momento do método". A metodologia cogita das técnicas<br />
e vias <strong>de</strong> acesso às realida<strong>de</strong>s que se estudam.<br />
Nota a oportunida<strong>de</strong> da análise dos processos <strong>de</strong> transmissões, <strong>de</strong><br />
adaptações e <strong>de</strong> cortes - usando outra expressão. Vale dizer a con-<br />
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