Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
presença ou na ausência do funcionário publico; a desobediência deve ser<br />
posterior à ordem.<br />
3ª Na resistência, quem tem que praticar o ato é o funcionário público. Na<br />
desobediência não há nenhuma conduta que o funcionário público deva<br />
observar.<br />
4ª O pressuposto da resistência e da desobediência é o ato funcional.<br />
5ª A resistência é crime formal e a desobediência é crime de mera conduta.<br />
DESACATO<br />
Art. 331<br />
CONCEITO. O desacato é uma forma de injúria praticada contra funcionário<br />
público no exercício da sua função ou em razão dela. Consiste na humilhação,<br />
na injúria, na ofensa, no menoscabo, no espezinhamento, no menosprezo<br />
praticado contra o funcionário público no exercício ou em razão da sua função.<br />
BEM JURÍDICO. O bem jurídico afetado por esse crime é a honra funcional, a<br />
honra do funcionário público, que lesa a sua dignidade e, corolariamente, a<br />
própria administração pública.<br />
SUJEITOS. É um crime comum. Pode ser praticado por qualquer pessoa,<br />
inclusive pelo funcionário público quando estiver fora da função (equiparado,<br />
portanto, a um particular).<br />
A doutrina majoritária entende que o funcionário público, no exercício da função,<br />
pode vir a cometer esse crime em relação ao superior hierárquico. O<br />
subordinado, portanto, pode cometer esse crime contra o seu superior. A<br />
jurisprudência dominante entende que não há, contudo, desacato entre iguais.<br />
Nesse entendimento, oficial de justiça não cometeria desacato em relação ao<br />
juiz. Esse entendimento jurisprudencial é baseado no fato de que quando um<br />
funcionário público desacata a outro funcionário público, ele está, na verdade,<br />
desacatando a si mesmo.