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A energia nuclear em debate A energia nuclear em debate - IEE/USP

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despencar o preço internacional do urânio menos enriquecido para uso <strong>em</strong> reatores,<br />

levando ao abandono de minas com teores relativamente menores de urânio. No ano<br />

2005, quase a metade do urânio consumido nas usinas de <strong>energia</strong> <strong>nuclear</strong> do mundo<br />

não provinha mais do minério “fresco”, enriquecido de urânio, mas dos estoques militares<br />

das superpotências.<br />

Chegará o dia, porém, <strong>em</strong> que a oferta de urânio da Guerra Fria vai acabar. O<br />

preço do urânio já começou a subir, e vai seguir nessa direção aceleradamente. Se for<br />

para as usinas <strong>nuclear</strong>es continuar<strong>em</strong> funcionando no nível atual, ou se for para<br />

expandir a quantidade de reatores, velhas minas terão que ser reativadas, junto com<br />

novos depósitos com rendimentos cada vez menores. Isto, por sua vez, significará<br />

volumes cada vez menores de urânio <strong>em</strong> comparação a volumes cada vez maiores de<br />

rejeitos minerais com concentrações acima da média de isótopos radioativos, acarretando<br />

todos os riscos sanitários e ambientais associados. Da mesma forma como o<br />

ocorrido durante o período de preços baixos do petróleo, os esforços para a ampliação<br />

da mineração de urânio sofreram uma redução, alimentada pela liberação dos<br />

estoques militares, fazendo com que o conhecimento de novos depósitos seja hoje <strong>em</strong><br />

número relativamente pequeno. Mais ainda, a indústria precisa de t<strong>em</strong>po para<br />

expandir sua capacidade para a extração de urânio, que vai faltar se for para expandir<br />

rapidamente a geração de <strong>energia</strong> <strong>nuclear</strong>. Aliás, d<strong>em</strong>ora <strong>em</strong> média dez anos entre a<br />

identificação de um depósito de urânio até o começo da mineração.<br />

O gargalo que se aproxima na oferta de urânio será agravado pelo imenso<br />

desequilíbrio entre os países produtores e consumidores. O Canadá e a África do Sul<br />

são os únicos paises geradores de <strong>energia</strong> <strong>nuclear</strong> que não depend<strong>em</strong> da importação<br />

de urânio. Os principais países geradores de <strong>energia</strong> <strong>nuclear</strong>, ou não possu<strong>em</strong> produção<br />

própria significativa de urânio (França, Japão, Al<strong>em</strong>anha, Coréia do Sul, Reino<br />

Unido, Suécia, Espanha), ou t<strong>em</strong> capacidades muito menores do que o necessário para<br />

sustentar seus próprios reatores a longo prazo (EUA, Rússia). Quanto à oferta de<br />

combustível, a <strong>energia</strong> <strong>nuclear</strong> não é uma fonte doméstica de <strong>energia</strong> <strong>em</strong> quase ne-<br />

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