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A energia nuclear em debate A energia nuclear em debate - IEE/USP

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eatores ofereciam unidades cada vez maiores, sob a presunção parcialmente justificada<br />

que uma usina maior geraria a eletricidade a um custo menor do que uma<br />

menor. A adoção destas “economias de escala”, porém, não resolveu o probl<strong>em</strong>a.<br />

Ainda não se materializou, no entanto, uma clara tendência a favor de reatores<br />

menos caros. Enquanto isso, a situação se agrava com a estagnação prolongada do<br />

mercado que restringe as usinas mais desenvolvidas a meros planos ou projeto, ou<br />

mais recent<strong>em</strong>ente, à animações computadorizadas. Dessa maneira, aumenta a<br />

imponderabilidade para potenciais financiadores. A <strong>energia</strong> <strong>nuclear</strong> virou tecnologia<br />

de alto risco, não apenas <strong>em</strong> termos de segurança, mas também com respeito ao<br />

financiamento.<br />

Assim. construir um novo reator significa atrair capital de risco, com o alto<br />

custo que o acompanha. Além da construção, os custos do capital representam a<br />

maior rúbrica de financiamento para estes projetos. É mais um probl<strong>em</strong>a que se<br />

agravou nos países industrializados desde a desregulamentação dos mercados de<br />

<strong>energia</strong>. Na época dos grandes monopólios estatais, os investidores podiam presumir<br />

que seu capital acabaria sendo refinanciado por consumidores, mesmo que o des<strong>em</strong>penho<br />

do reator fosse fraco. Nos mercados desregulamentados de hoje, porém, isto<br />

não acontece mais. Com seus investimentos iniciais exorbitantes e prazos de décadas<br />

para a recuperação do investimento, a <strong>energia</strong> <strong>nuclear</strong> não é compatível com mercados<br />

desregulamentados. Os custos do capital disparam, isto quando o financiador<br />

não prefere outra tecnologia que simplesmente não apresenta estes probl<strong>em</strong>as. De<br />

fato, <strong>em</strong> muitos países que tiveram um auge de usinas a gás altamente eficientes nos<br />

últimos 20 anos, os custos de construção por kilowatt/hora instalada são substancialmente<br />

menores, os prazos da assinatura do contrato até o início das operações<br />

são curtos e muitos componentes da usina são manufaturados <strong>em</strong> fábricas sob<br />

“condições controladas”. Também, devido ao custo relativamente baixo do gás natural,<br />

que responde por uma parte maior das despesas operacionais do que o combustível<br />

urânio, as usinas de <strong>energia</strong> <strong>nuclear</strong> quase não têm mais vez.<br />

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