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A energia nuclear em debate A energia nuclear em debate - IEE/USP

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ser<strong>em</strong> competitivas no mercado. Outras avaliações oferec<strong>em</strong> limiares b<strong>em</strong> mais altos<br />

para garantir a competitividade da geração de <strong>energia</strong> <strong>nuclear</strong>. Por outro lado, deve<br />

ser l<strong>em</strong>brado que muitos outros fatores distorc<strong>em</strong> a avaliação econômica da geração<br />

de <strong>energia</strong> <strong>nuclear</strong>. A ausência de fundos suficientes para financiar o descomissionamento,<br />

regras muito generosas para a responsabilidade civil, incentivos fiscais e outros<br />

descontos <strong>em</strong> muitos países ocultam o verdadeiro custo da eletricidade gerada<br />

com <strong>energia</strong> <strong>nuclear</strong>. Se a <strong>energia</strong> <strong>nuclear</strong> tiver um papel mais significativo no futuro,<br />

esses custos ocultos virão cada vez mais à tona, pois o ônus para as entidades obrigadas<br />

a suportar<strong>em</strong> o peso acabará ficando mais evidente.<br />

Resumindo, a <strong>energia</strong> <strong>nuclear</strong> contribuiria até certo ponto para as metas ambiciosas<br />

de redução de <strong>em</strong>issões a nível global. Esta contribuição não eliminaria outras<br />

opções, é verdade, e poderia ser significativa. Para esta contribuição ser realmente<br />

significativa, o <strong>em</strong>prego da <strong>energia</strong> <strong>nuclear</strong> teria que ser ampliada até dimensões com<br />

fortes impactos. Estes impactos precisam ser avaliados para permitir uma comparação<br />

b<strong>em</strong> fundamentada com outras opções de redução de <strong>em</strong>issões. Uma expansão<br />

maciça da <strong>energia</strong> <strong>nuclear</strong>:<br />

aumentaria significativamente os riscos para a saúde, os ecossist<strong>em</strong>as e os sist<strong>em</strong>as<br />

sociais e econômicos, por causa de grandes acidentes (inclusive por atentados<br />

terroristas);<br />

elevaria o probl<strong>em</strong>a de resíduos <strong>nuclear</strong>es e da proliferação a novas dimensões,<br />

<strong>em</strong> termos do volume de material e das regiões e países onde os probl<strong>em</strong>as surgiriam;<br />

exigiria a substituição do sist<strong>em</strong>a de ciclos de combustível s<strong>em</strong> reprocessamento<br />

(“once-through”) por ciclos de combustível mais ou menos fechados, e a volta do<br />

reprocessamento e da tecnologia de reatores regenerativos (“fast breeder”), levantando<br />

assim riscos e vulnerabilidades adicionais na cadeia tecnológica;<br />

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