22.12.2013 Views

A energia nuclear em debate A energia nuclear em debate - IEE/USP

A energia nuclear em debate A energia nuclear em debate - IEE/USP

A energia nuclear em debate A energia nuclear em debate - IEE/USP

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

As décadas de estagnação na indústria de <strong>energia</strong> <strong>nuclear</strong> ainda não terminaram.<br />

Entre os EUA e a Europa Ocidental, há uma só obra <strong>em</strong> curso, na costa do<br />

Mar Báltico na Finlândia. A obra é tratada com maiores detalhes, mais adiante. Ao<br />

mesmo t<strong>em</strong>po, um número crescente de estudos abrangentes <strong>em</strong> anos recentes sugere<br />

que novas usinas de <strong>energia</strong> <strong>nuclear</strong> são mais competitivas do que suas congêneres<br />

movidas a combustível fóssil. O maior inconveniente desses estudos é que<br />

eles não convenc<strong>em</strong> ninguém, a não ser seus próprios autores e editores, mas nunca<br />

os potenciais financiadores de novos projetos de usina. É principalmente por isso que<br />

há mais incerteza do que nunca sobre quanto custaria uma nova geração de usinas<br />

<strong>nuclear</strong>es. Quase não há dados confiáveis sobre as vultosas rubricas de custos, como<br />

a construção, a disposição de rejeitos e desativação, e n<strong>em</strong> sequer sobre os custos<br />

operacionais ou de manutenção. Esta é uma das razões pelas quais os analistas<br />

tomam quase todas as estimativas publicadas com muito ceticismo. Afinal, estas<br />

cifras normalmente são geradas por vendedores que quer<strong>em</strong> fazer novas usinas, e<br />

que por isso tend<strong>em</strong> a estimar tudo por baixo. Se não, vêm de governos, associações<br />

e lobistas que procuram influenciar uma opinião pública relutante, usando o incentivo<br />

de preços supostamente baixos para a eletricidade.<br />

Além de cifras interesseiras, porém, há probl<strong>em</strong>as objetivos. Como todas as<br />

novas séries de reatores passam por uma fase inicial dispendiosa, com longas paralisações,<br />

os potenciais financiadores receb<strong>em</strong> com desconfiança as previsões s<strong>em</strong>pre<br />

entusiasmadas e otimistas dos vendedores. É impossível prever o “des<strong>em</strong>penho”<br />

de uma nova usina, menos ainda o comportamento de novos tipos de reatores<br />

baseados <strong>em</strong> tecnologias inovadoras e, por isso mesmo, não comprovadas. Em<br />

quase todos os campos técnicos – e não apenas no setor de usinas de <strong>energia</strong> – os<br />

<strong>em</strong>preiteiros pod<strong>em</strong> seguir uma “curva de aprendizado”, a um ritmo relativamente<br />

consistente e previsível que leva a preços cada vez menores. Mas os construtores<br />

de reatores ainda começam da estaca zero, quase meio século depois do lançamento<br />

da fissão <strong>nuclear</strong> <strong>em</strong> escala comercial. Nos anos 70 e 80, os vendedores de<br />

117

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!