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A energia nuclear em debate A energia nuclear em debate - IEE/USP

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Os componentes civis do ciclo do combustível pod<strong>em</strong> ser convertidos <strong>em</strong> componentes<br />

militares – com a aprovação do respectivo governo – <strong>em</strong> programas paralelos<br />

clandestinos militares. Ao desviar<strong>em</strong> o combustível destinado a propósitos civis,<br />

estes programas pod<strong>em</strong> iludir o monitoramento nacional e internacional. Outro t<strong>em</strong>or<br />

é o roubo propriamente dito, seja das substâncias, do conhecimento relacionado e/ou<br />

da tecnologia militar pertinente.<br />

No final da Guerra Fria, muitos esperavam inicialmente que as potências<br />

<strong>nuclear</strong>es agiss<strong>em</strong> no interesse comum de restringir a diss<strong>em</strong>inação de tecnologias e<br />

materiais sensíveis, para assim reduzir o risco da proliferação das armas <strong>nuclear</strong>es.<br />

Ao mesmo t<strong>em</strong>po, no entanto, surgiu a ameaça crescente de “vazamentos” no que<br />

antes era um rigoroso sist<strong>em</strong>a de segurança para instalações <strong>nuclear</strong>es civis e militares,<br />

com o desmoronamento da União Soviética. Alimentado por especuladores<br />

gananciosos e grupos mafiosos, surgiu um verdadeiro mercado negro para todos os<br />

tipos de apetrechos <strong>nuclear</strong>es. A maior parte do material radioativo <strong>em</strong> oferta – a<br />

preços exorbitantes e principalmente <strong>em</strong> círculos criminosos – no início dos anos 90,<br />

não era apto para a fabricação de bombas. Mas o fato de subitamente haver material<br />

radioativo disponível, a partir de depósitos hermeticamente fechados, era preocupante.<br />

Ninguém mais discute que, com cada país a mais que se juntar aos 31 que hoje<br />

possu<strong>em</strong> a tecnologia <strong>nuclear</strong> civil, será cada vez mais difícil impedir a proliferação<br />

militar. Um novo boom <strong>nuclear</strong> como o dos anos 70, elevando o número de países<br />

com a tecnologia da fissão para 50, 60 ou mais, traria probl<strong>em</strong>as insuperáveis de<br />

monitoramento para uma AIEA já no limite de suas capacidades, e cronicamente subfinanciada.<br />

Isto, s<strong>em</strong> sequer falar na nova ameaça de terroristas, que evident<strong>em</strong>ente<br />

não veriam probl<strong>em</strong>a algum <strong>em</strong> usar “bombas sujas”. A explosão de uma bomba convencional<br />

carregada de material radioativo de orig<strong>em</strong> civil não só causaria muitas vítimas<br />

e acirraria os medos e incertezas <strong>em</strong> países que seriam alvos potenciais, como<br />

ela deixaria o local da explosão inabitável.<br />

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