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A energia nuclear em debate A energia nuclear em debate - IEE/USP

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aceitável aos olhos da opinião pública. Os primeiros reatores desta série dev<strong>em</strong><br />

começar a gerar eletricidade perto de 2030, na versão oficial. Em “off”, mesmo<br />

alguns dos defensores mais conhecidos não esperam o início da operação comercial<br />

“antes de 2040 ou 2045”. 3 Esta promessa para o futuro fatalmente nos l<strong>em</strong>bra<br />

daquela feita pelos pesquisadores da fusão. Em 1970, eles previram que a fusão<br />

<strong>nuclear</strong>, ou seja a fusão controlada de átomos de hidrogênio como a que acontece no<br />

sol, já estaria gerando eletricidade antes do ano 2000. Hoje, ninguém mais fala da<br />

comercialização da fusão <strong>nuclear</strong> antes de meados do Século XXI, se é que vai mesmo<br />

acontecer algum dia.<br />

Ao prometer uma quarta geração de reatores s<strong>em</strong> segurança absoluta, a<br />

indústria <strong>nuclear</strong> abandona de mansinho suas garantias do passado. Enquanto isso,<br />

os <strong>debate</strong>s corriqueiros se satisfaz<strong>em</strong> até com a noção de “segurança relativa”, e mais<br />

especificamente com a afirmação mal compreendida mas repetida com gosto por não<br />

especialistas, que “nossa usinas <strong>nuclear</strong>es são as mais seguras do mundo”. A veracidade<br />

desta declaração – muito popular na Al<strong>em</strong>anha – realmente nunca foi comprovada.<br />

Não é, de fato, muito plausível que usinas <strong>nuclear</strong>es construídas nos anos 60 e<br />

70, com projetos baseados <strong>em</strong> conhecimentos e tecnologias dos anos 50 e 60, possam<br />

comprovar um nível adequado de segurança. Até alguém impedir que os defensores<br />

da <strong>energia</strong> <strong>nuclear</strong> na França, nos EUA, na Suécia, no Japão e na Coréia do Sul<br />

reivindiqu<strong>em</strong> precisamente isto para seus reatores, porém, todos se dão por satisfeitos.<br />

Não existe uma “comunidade <strong>nuclear</strong>” nacional que não coloque suas próprias<br />

usinas <strong>nuclear</strong>es na vanguarda da tecnologia mundial, ao menos quando falam <strong>em</strong><br />

público. Na Europa Oriental também, circulam com cada vez mais freqüência as<br />

assertivas garantindo que programas de readaptação (“retrofit”) nos últimos 15 anos<br />

elevaram a segurança de reatores da era soviética para padrões ocidentais, e <strong>em</strong><br />

alguns casos, até além disto. Diz<strong>em</strong>, por ex<strong>em</strong>plo, que ficaram menos sensíveis a falhas<br />

nos processos físicos dos reatores. Não há necessidade de acordos formais sobre<br />

estas versões oficiais. O recado geral é que não há motivo para alarme.<br />

3 Afirmação do então presidente da<br />

EDF, Francois Roussely, <strong>em</strong> 23 de<br />

nov<strong>em</strong>bro de 2003, no Comitê<br />

Econômico e Ambiental da Ass<strong>em</strong>bléia<br />

Nacional Francesa, citado <strong>em</strong> Mycle<br />

Schneider, Der EPR aus französischer<br />

Sicht. M<strong>em</strong>o im Auftrag des BMU,<br />

p.5.<br />

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