A energia nuclear em debate A energia nuclear em debate - IEE/USP
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total de eletricidade, <strong>em</strong> países e regiões onde o papel da <strong>energia</strong> <strong>nuclear</strong> hoje é nulo<br />
ou pouco relevante. Uma expansão de três a seis vezes na geração de <strong>energia</strong> <strong>nuclear</strong><br />
na América do Norte, na Europa ou no Japão não será viável, devido à grande participação<br />
atual da <strong>energia</strong> <strong>nuclear</strong> nas matrizes energéticas desses países.<br />
O risco principal dos reatores <strong>nuclear</strong>es é um grande acidente com grande liberação<br />
de radiação. Estas liberações radioativas prejudicam muito a saúde, os ecossist<strong>em</strong>as<br />
e os sist<strong>em</strong>as sócio-econômicos (PNUD/UNICEF, 2002). A grande maioria<br />
das usinas existentes e, nos próximos 30 anos, a grande maioria de novas usinas<br />
<strong>nuclear</strong>es seriam reatores de água leve, a ser<strong>em</strong> projetadas evolutivamente com base<br />
nos conceitos atuais de reatores. Para todos estes reatores, falhas muito graves e inerentes<br />
de segurança dev<strong>em</strong> ser reconhecidas (Froggatt, 2005).<br />
Mesmo que a probabilidade de um acidente desastroso pareça muito baixa <strong>em</strong><br />
termos específicos 8 , a multiplicação da geração de <strong>energia</strong> <strong>nuclear</strong> por três ou seis<br />
vezes nos próximos 50 anos elevaria enorm<strong>em</strong>ente o risco de um ou mais acidentes<br />
desastrosos. Exercícios de modelag<strong>em</strong> sobre as conseqüências econômicas de um<br />
grande acidente <strong>em</strong> uma usina <strong>nuclear</strong> al<strong>em</strong>ã d<strong>em</strong>onstram que o custo total de tal<br />
desastre poderia somar de 2 a 5 US$ trilhões (Ewers/Rennings, 1991+1994).<br />
Além dos reatores a água leve, vários outros conceitos de reator estão <strong>em</strong><br />
diversas etapas de desenvolvimento e impl<strong>em</strong>entação. A cada um destes “conceitos<br />
evolucionários” (chamados de “reatores de 3ª geração”), correspond<strong>em</strong> grandes<br />
riscos inerentes, para cenários de acidentes que inclu<strong>em</strong> a liberação maciça de material<br />
radioativo. Em alguns países há pesquisas incipientes para desenvolver “conceitos<br />
revolucionários de reatores” (chamados de “reatores de 4ª geração”) que serão muito<br />
mais seguros, confiáveis e econômicos do que os reatores da 3ª geração, e ao mesmo<br />
t<strong>em</strong>po resistentes à proliferação, etc. (NERAC 2002). O exame mais detalhado dos<br />
conceitos técnicos revela que muitos probl<strong>em</strong>as de segurança continuam completamente<br />
s<strong>em</strong> solução, além de haver evidência <strong>em</strong>pírica que suger<strong>em</strong> que a melhora da<br />
8 Sailor et al. (2000) se refer a um<br />
risco de acidente com grande liberação<br />
externa de atividade de aproximadamente<br />
10-5 a 10-6 por reator,<br />
por ano. A possibilidade de ataques<br />
terroristas propositais, no entanto,<br />
não foi levado <strong>em</strong> conta na época<br />
desse estudo.<br />
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