A energia nuclear em debate A energia nuclear em debate - IEE/USP
A energia nuclear em debate A energia nuclear em debate - IEE/USP
A energia nuclear em debate A energia nuclear em debate - IEE/USP
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Para os investidores que procuram decidir se substitu<strong>em</strong> ou constro<strong>em</strong> novas<br />
usinas <strong>em</strong> condições de mercado, há farta evidência <strong>em</strong>pírica que d<strong>em</strong>onstra que a<br />
opção <strong>nuclear</strong> não é a primeira. Nos EUA, todos os contratos concedidos a construtores<br />
de reatores desde 1973 acabaram cancelados. Na Europa Ocidental, com a<br />
exceção da França, os <strong>em</strong>preiteiros <strong>nuclear</strong>es esperaram um quarto de século até<br />
fechar<strong>em</strong> a construção de uma nova usina <strong>em</strong> 2004. Agora há uma <strong>em</strong> Olkiluoto, na<br />
Finlândia.<br />
Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), 28 usinas<br />
<strong>nuclear</strong>es com capacidade total de quase 27.000 megawatts estavam <strong>em</strong> construção<br />
no mundo <strong>em</strong> 2005. Quase a metade dos projetos já se arrasta há 18 ou até 30<br />
anos. Para muitos deles, ninguém acredita que algum dia chegu<strong>em</strong> a gerar <strong>energia</strong>.<br />
O termo para tais projetos é “abandonado”. As usinas restantes que dev<strong>em</strong> ser concluídas<br />
num futuro próximo ficam quase todas na Ásia Oriental, e sua construção<br />
pouco ou nada t<strong>em</strong> a ver com uma economia de mercado. Ou seja, a situação das<br />
encomendas para usinas <strong>nuclear</strong>es é calamitosa, e mais ainda se consideramos a concorrência.<br />
A capacidade mundial de geração de eletricidade aumenta <strong>em</strong> 150.000<br />
megawatts por ano desde a virada do milênio, e as usinas <strong>nuclear</strong>es respond<strong>em</strong> por<br />
apenas 2% deste crescimento. Só nos EUA, uma capacidade adicional de 144.000<br />
megawatts entrou na rede de 1999 a 2002, a partir de usinas convencionais usando<br />
combustíveis fósseis. De 2002 até 2005 na China, foi construída um novo parque<br />
de usinas a carvão com capacidade de 160.000 megawatts. Até a <strong>energia</strong> eólica,<br />
ainda <strong>em</strong> sua infância, conseguiu contribuir uma nova capacidade total superior<br />
a 10.000 megawatts.<br />
Por marginal que seja o papel da <strong>energia</strong> <strong>nuclear</strong> diante da gigantesca expansão<br />
da capacidade de geração elétrica no mundo, os operadores de usinas <strong>nuclear</strong>es<br />
trabalham abnegadamente para estender as licenças dos reatores atuais, para prazos<br />
muito além dos projetos originais. A vida média de todos os reatores <strong>em</strong> funcionamento<br />
<strong>em</strong> 2005 era 22 anos. Este fato, porém, não impediu que o ex-Diretor-<br />
115