22.12.2013 Views

A energia nuclear em debate A energia nuclear em debate - IEE/USP

A energia nuclear em debate A energia nuclear em debate - IEE/USP

A energia nuclear em debate A energia nuclear em debate - IEE/USP

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

contaminações da água, causadas por vazamento do invólucro que armazena o rejeito e que poderia atingir um lençol<br />

freático. O fato é que, principalmente com relação aos rejeitos de alta radioatividade, a solução encontrada deve levar<br />

<strong>em</strong> conta a longa meia-vida do lixo, que chega a milhares de anos.<br />

4.2 As deficiências do Plano de Emergência <strong>em</strong> Angra dos Reis<br />

O Plano de Emergência de Angra está estruturado <strong>em</strong> Zonas de Planejamento de Emergência (ZPE), que ficam<br />

a 1, 3, 5, 10 e 15 km da usina. Dentro das instalações a responsabilidade pela retirada dos funcionários é da<br />

Eletro<strong>nuclear</strong>. A medida mais imediata é a r<strong>em</strong>oção dos funcionários para as vilas vizinhas de Mambucaba e Praia<br />

Grande. A área de responsabilidade da usina vai até 3 km. Fora dela, a incumbência é do governo estadual com a<br />

prefeitura de Angra e os órgãos de apoio: Exército, Marinha, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros.<br />

Dentre os probl<strong>em</strong>as logísticos, o mais grave se refere às condições da rodovia Rio-Santos. No perímetro urbano<br />

da região de Angra dos Reis, a rodovia t<strong>em</strong> quebra-molas, que reduz<strong>em</strong> a velocidade e dificultam o trânsito. Há travessia<br />

de pedestres <strong>em</strong> amplos trechos, uma vez que as vilas de Mambucaba, Praia Grande e a Vila do Frade, todas do<br />

município de Angra, cresceram muito próximas da rodovia. Habitações de baixa renda e favelas completam o quadro de<br />

precariedade da região. A rodovia Rio-Santos ainda t<strong>em</strong> pontos onde o asfalto está <strong>em</strong> péssimas condições e o mato<br />

avança sobre a estrada. Já que a evacuação da população se daria pela Rio-Santos no caso de uma <strong>em</strong>ergência, estes<br />

probl<strong>em</strong>as dificultam muito a operação. A Eletro<strong>nuclear</strong> t<strong>em</strong> dado apoio financeiro às obras de melhoria e recapeamento<br />

nos trechos mais críticos. Porém, a responsabilidade é do governo federal, já que se trata de uma rodovia federal.<br />

O plano de <strong>em</strong>ergência t<strong>em</strong> sido o ponto de maior conflito entre a Eletro<strong>nuclear</strong> e a prefeitura de Angra. Segundo<br />

o ex-prefeito José Castilho, "os benefícios das usinas Angra 1 e 2 serão sentidos <strong>em</strong> nível nacional, ou pelo menos regional,<br />

já que as usinas fornec<strong>em</strong> <strong>energia</strong> para as grandes capitais da região sudeste. Porém o impacto negativo só se refletirá<br />

<strong>em</strong> Angra dos Reis. Na época das obras de Angra 1 havia 11 mil homens trabalhando. Eles trouxeram também suas<br />

famílias e isso gerou um contingente humano imenso que a cidade teve que abrigar. Muita gente veio de outros estados.<br />

E agora para funcionar a usina não gera muitos <strong>em</strong>pregos, é possível mantê-la funcionando com cerca de dois mil homens<br />

ou menos. Além disso, só recent<strong>em</strong>ente ela começou a pagar impostos, já que como estatal é isenta de cobrança. A<br />

cidade arcava com custos gerados e o impacto do afluxo humano e não recebia uma contrapartida". No entanto, segundo<br />

o próprio Castilho, essa situação mudou bastante de 1988 para cá. A usina começou a pagar impostos à cidade, cola-<br />

145

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!