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A energia nuclear em debate A energia nuclear em debate - IEE/USP

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funcionamento. Hoje <strong>em</strong> dia, as operadoras usam seus simuladores para ensaiar<br />

respostas a acidentes que sequer poderiam ter sido modelados há vinte ou trinta<br />

anos. Alguns de fato eram inimagináveis. Os técnicos de segurança também se beneficiam<br />

das análises avançadas de probabilidade e de constantes progressos nos sist<strong>em</strong>as<br />

de testes e de monitoramento, que aos poucos vão sendo incorporados retroativamente<br />

nas usinas velhas também.<br />

As operadoras de reatores também se compromet<strong>em</strong> a aprender com os erros<br />

do passado. Destacam a fundação da Associação Mundial de Operadoras Nucleares<br />

(World Association of Nuclear Operators-WANO), que organiza uma troca de informações<br />

com transmissão rápida de dados sobre acidentes para seus sócios. As operadoras<br />

pod<strong>em</strong> aproveitar a experiência de mais de 11.000 anos de operação de<br />

reatores <strong>em</strong> escala mundial. Mas isto não garante um “novo nível de segurança” para<br />

as usinas de <strong>energia</strong> <strong>nuclear</strong>. O fato de não ter havido acidentes envolvendo o derretimento<br />

de núcleo desde Chernobyle Harrisburg não significa que eles não possam<br />

voltar a ocorrer. Paks nos deu o l<strong>em</strong>brete mais próximo disto <strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos recentes.<br />

Perto de três entre cada quatro reatores atualmente <strong>em</strong> operação já funcionavam <strong>em</strong><br />

1986. A natureza dos cálculos de probabilidade é tal que um acidente grave pode<br />

acontecer hoje, ou só daqui a c<strong>em</strong> anos. Onze mil anos de operação dos reatores, portanto,<br />

não constitu<strong>em</strong> evidência do contrário. Quando a indústria <strong>nuclear</strong> foi atingida<br />

por seu primeiro derretimento de núcleo na usina comercial de Harrisburg <strong>em</strong> 1979,<br />

os manifestantes anti-<strong>nuclear</strong>es no sul da Al<strong>em</strong>anha distribuíram panfletos zombando<br />

das grandes garantias de segurança dos engenheiros, com a amarga ironia: “Um<br />

acidente apenas a cada 100.000 anos – como voa o t<strong>em</strong>po!”<br />

Gerentes como Harry Roels, que é Diretor-presidente do grupo de <strong>energia</strong><br />

al<strong>em</strong>ão RWE, qualifica os esforços para estender os prazos das licenças de reatores<br />

no mundo inteiro como “completamente defensável <strong>em</strong> termos de tecnologia de segurança”.<br />

4 Walter Hohefelder, Diretor-presidente da operadora de usinas de <strong>energia</strong><br />

<strong>nuclear</strong> E.ON Ruhrgas e presidente do Fórum Al<strong>em</strong>ão de Energia Atômica, por sua<br />

4 Frankfurter Rundschau, 12 de<br />

agosto de 2005, p.11.<br />

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