A energia nuclear em debate A energia nuclear em debate - IEE/USP
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cionais. Esta parte aumenta, porém, ao usar o chamado “óxido misto” com um el<strong>em</strong>ento<br />
de plutônio reprocessado, <strong>em</strong> vez do óxido “fresco” de urânio. Os custos<br />
operacionais e de manutenção são maiores, porque o custo com pessoal é b<strong>em</strong> maior<br />
do que, por ex<strong>em</strong>plo, nas usinas a gás. Algumas usinas <strong>nuclear</strong>es foram desativadas<br />
nos EUA no final dos anos 80 e início dos anos 90 porque acabou sendo mais<br />
econômico construir e operar novas usinas a gás.<br />
Ao contrário de outros sist<strong>em</strong>as, as usinas <strong>nuclear</strong>es acarretam custos<br />
enormes mesmo depois de décadas de operação. Os custos inclu<strong>em</strong> a disposição final<br />
de rejeitos radioativos, a proteção de reatores fechados e finalmente o completo<br />
descomissionamento dos reatores após um período mais ou menos longo de<br />
“resfriamento”. Todos estes investimentos têm que ser recuperados ao longo da<br />
operação da usina, além de ser<strong>em</strong> reservados para gastos muito posteriores. Estes<br />
custos, incluindo seguro contra acidentes, variam de um país para outro. A dificuldade<br />
do cálculo é maior ainda, considerando que as trajetórias normais de desconto<br />
não se aplicam aos prazos antecipados. A uma taxa de desconto de 15%, por ex<strong>em</strong>plo,<br />
os custos incorridos depois de 15 anos ou mais serão irrisórios. Como representarão<br />
um ônus para nossos filhos no mundo real, no entanto, estes custos são<br />
mais um manancial de incertezas para o financiamento de reatores e na determinação<br />
do preço da geração de eletricidade com a <strong>energia</strong> <strong>nuclear</strong>.<br />
A discussão lançada <strong>em</strong> alguns países sobre ressuscitar o auge <strong>nuclear</strong> dos<br />
anos 70 até agora não teve impactos na realidade. Há poucos resultados além de um<br />
<strong>debate</strong> sobre a extensão de licenças das usinas. Novos projetos concretos são<br />
exceções absolutas. A grande maioria das usinas <strong>em</strong> construção hoje usa tecnologia<br />
indiana, russa ou chinesa. Os grandes vendedores ocidentais continuam com as<br />
carteiras totalmente vazias. A norte-americana Westinghouse recebeu uma<br />
encomenda de usina <strong>em</strong> um quarto de século. Para a Framatome ANP (controlada<br />
<strong>em</strong> 66% pelo grupo <strong>nuclear</strong> francês Areva e 34% pela Si<strong>em</strong>ens) e suas <strong>em</strong>presas<br />
antecessoras, o reator Okiluoto na Finlândia é o primeiro contrato <strong>em</strong> quase 15<br />
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