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:: Depoimentos - IDART 30 Anos<br />

a nossa cultura enterrada na nossa própria terra. A estrutura narrativa não<br />

é uma abertura <strong>para</strong> a universalização de uma cultura regional muito rica,<br />

que é a nossa?<br />

Alguém – Pergunta: Gostaria de saber se essa relação patriarcal, que<br />

a globalização vem trazendo, já não acontece há muito tempo entre os<br />

grandes centros urbanos e a periferia, o subúrbio. Isso já não vem sendo<br />

imposto? Queria saber também dessa relação do burguês rarefeito numa<br />

sociedade como... numa situação como a do Rio de Janeiro, onde as linhas<br />

estão delimitando, demarcando um campo muito claro no subúrbio, onde<br />

algumas situações, como a do tráfico, comanda e está organizado. Essa<br />

diferença já não vem sendo demarcada pela violência, como resistência?<br />

E a empregada que não recebe, se ela já não está sendo mais oprimida<br />

ainda, na situação de miséria? Então, ela aceita essa condição ou, até de<br />

uma certa forma, se aproveita dessa condição? Não sei se eu estou sendo<br />

claro, mas é isso. Obrigado.<br />

Patrícia – Boa-noite. Estou prestando Artes Cênicas e gostaria de<br />

saber se a maior dificuldade do teatro brasileiro não é a identificação<br />

do brasileiro, do que é ser brasileiro. A globalização não é só mais um<br />

ingrediente <strong>para</strong> essa miscigenação? Obrigada.<br />

Luís Alberto de Abreu – As colocações todas são muito pertinentes.<br />

A primeira, a questão da linguagem, é fundamental. Acho fundamental o<br />

desenvolvimento das linguagens, explorar, cada vez mais, as possibilidades<br />

da linguagem, que, de certa maneira, está começando, por exemplo, no<br />

caso do teatro. Esse é um dado muito significativo. Obviamente, o teatro,<br />

quer queira quer não, como exige presença, é um fenômeno local. O cinema<br />

poderia, com mais facilidade, transmigrar a cultura. Você colocou as coisas<br />

de uma maneira bastante correta. Um lado é a questão da linguagem, e<br />

outro lado é a posse dos meios de produção. O que eu acho interessante<br />

é que todo esse processo de revolução tecnológica dá ao artista a<br />

possibilidade de ele mesmo deter os meios de produção, especialmente<br />

os tecnológicos. A gente fez uma escola de cinema em Santo André toda<br />

digital, e a idéia era exatamente esta: o artista tomar posse. Hoje, ele tem<br />

a possibilidade. Antigamente, fazer cinema era uma produção enorme, a

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