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Seminário de Dramaturgia ::<br />

lugar, não se faz só isso. A composição desta mesa é interessante, com<br />

muitas divergências, o que é rico, e acho que posso falar bem sobre isso<br />

porque todos os autores presentes foram, de uma maneira ou de outra,<br />

em maior ou menor grau, objeto de estudo do mestrado que concluí há<br />

pouco. Existe, por exemplo, o formato do texto do Newton no Agreste ou<br />

no Três Cigarros, do Bonassi, que também trabalha com estrutura narrativa<br />

bastante marcada, mas a gente precisa voltar a pensar em estruturas<br />

a priori mais tradicionais, como vários textos do Mário e do Samir que<br />

estabelecem personagens, conflito, contam uma história. Lendo os textos<br />

com atenção, vi que as estruturas não são necessariamente tradicionais,<br />

mas dialogam com estruturas tradicionais, elas já contêm várias novidades.<br />

São interessantes e retratam bem o pensamento da nossa época. Voltar<br />

a atenção <strong>para</strong> esse tipo de dramaturgia, que às vezes negligenciamos<br />

porque existe alguma coisa nova (não tão nova assim, pois encontramos<br />

seus ecos no passado), é um trabalho que a gente precisa fazer.<br />

Ana Maria Rebouças – A gente não precisa entrar em considerações<br />

de mérito. São válidas todas as formas eficientes porque criam uma<br />

estrutura. Ao mesmo tempo, sinto uma procura num outro sentido. Você<br />

pode dizer que a estrutura do Mais Um já apareceu no Último Carro, mas<br />

ela soma alguma coisa diferente porque há diálogo com o espectador.<br />

Esses elementos que vêm da história a gente sempre vai ou não valorizar<br />

e reformular. Várias peças do Samir reformulam... O Fingidor tem uma<br />

questão poética, não é uma peça que só reproduz as formas, os modelos;<br />

A Entrevista também tem outros elementos. Existe aí um patrimônio<br />

técnico, de carpintaria, de como se escreve uma peça, mas existe também<br />

a possibilidade de sempre retrabalhar os elementos de forma inovadora.<br />

65<br />

Leonardo Cortez – É fascinante a possibilidade de um texto ter várias<br />

interpretações. A vantagem de ser autor vivo, além de não estar morto,<br />

obviamente, é que você pode acompanhar esse processo, até ir contra ele<br />

e tomar o texto do cara, como o Bortolotto fez, mas é sempre importante<br />

a gente ficar atento, como autor, aos critérios. Qual é o grande objetivo<br />

do encenador quando ele pega seu texto e subverte o cenário e tudo o<br />

mais? Se é reforçar o que você tem a dizer com a peça, beleza, pode<br />

ser uma nova visão, uma reinterpretação, algo que vai colaborar com o

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