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160<br />

:: Depoimentos - IDART 30 Anos<br />

de uma nova espetacularidade que mostra a constituição de um “outro<br />

verde”.<br />

Mário Bolognesi – Eu não quis, em momento nenhum, ressaltar a<br />

facilidade desse aprendizado, pelo contrário. É um aprendizado da carne,<br />

do músculo, não apenas do entendimento. Se eu passei essa idéia, por<br />

favor, deixem-me corrigir. De fato, são verdes distintos, mas o pigmento<br />

básico se mantém, ou seja, são processos diferenciados em que, em<br />

alguns, há trabalhos de igualdade entre o cenógrafo, o ator, o diretor, o<br />

iluminador, o dramaturgo. Em outros, uma presença maior do diretor ou<br />

do dramaturgo. Talvez estejamos vivendo a experiência da criação em pé<br />

de igualdade a ponto de o diretor não saber o que é dele e o que é dos<br />

outros. A linguagem circense que procurou sua especificidade manteve certa<br />

autonomia dos agentes artísticos que a compõem, devido, sobretudo, ao<br />

princípio da montagem. É quase performance, em que cada artista cuida da<br />

sua apresentação, em que a harmonização é dada pelo apresentador, embora<br />

esse circo nunca tenha abdicado da direção do espetáculo. O diretor pensa<br />

o ritmo, a cor, o alto e o baixo, a cadência de todos os momentos, sem<br />

deixar de elaborar a finalização, que usualmente incide sobre a exploração<br />

do risco, do medo, do assombro. No geral, termina com trapézio.<br />

Luiz Fernando Ramos – Vamos abrir <strong>para</strong> perguntas e colocações. Por<br />

favor, identifique-se ao microfone.<br />

Ana Maria Rebouças – Vocês falaram em um texto mais tradicional, com<br />

desenvolvimento e encadeamento. O que está muito presente nesse texto<br />

é a mensagem. Um dramaturgo, tradicionalmente, pensa que mensagem ele<br />

quer transmitir com o texto. Hoje, me parece que as experiências de quebra,<br />

de fusão ou atrito entre as linguagens abrem os sentidos não <strong>para</strong> o encontro<br />

de uma mensagem, mas <strong>para</strong> a fruição estética, ou então <strong>para</strong> isso que o<br />

Marinho disse sobre a questão performática, de você se de<strong>para</strong>r com o risco,<br />

com o sublime, com o grotesco, e o espetáculo mexer sensorialmente com<br />

os seus sentidos. O Pequeno Sonho Vermelho é uma exaltação ao cotidiano.<br />

Você não chega a uma resposta sobre “o que o espetáculo quer dizer”. É o<br />

cotidiano que está ali, o risco do cotidiano, de você viver dançando com<br />

a geladeira, do como você faz com o sofá na sua casa... Acho também

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