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:: Depoimentos - IDART 30 Anos<br />

vem respondendo a esses processos. Um segundo tema é a recorrência da<br />

narrativa no texto brasileiro contemporâneo. Quando digo da narrativa,<br />

vejo de maneira bastante diversificada. Falo de experiências que vêm na<br />

linha de uma certa tradição do teatro épico narrativo, mas também de<br />

experiências novas, que reinventam, em certa medida, a idéia do épico em<br />

cena. Vou tentar me apoiar nessas duas coisas. Eu vou me permitir mostrar<br />

<strong>aqui</strong> não um panorama de tendências, mas eleger algumas experiências<br />

exemplares, e isso não tem nada a ver com acabamento técnico. São<br />

experiências problemáticas, e, como bons problemas, elas talvez nos dêem<br />

oportunidade de uma boa discussão.<br />

16<br />

É evidente o fortalecimento dos grupos nos últimos anos. Temos<br />

um contexto alimentado por muitos fatores, mas essencialmente dois.<br />

Primeiro, a difusão dos processos formativos, cursos de profissionalização<br />

ou não, no seguinte sentido: as escolas, os cursos superiores, técnicos<br />

e livres, e os estúdios de criação têm sido ambientes propícios <strong>para</strong> a<br />

cristalização de coletivos de trabalho ou mesmo de um espírito coletivo<br />

de trabalho e de criação. É claro que as escolas não nascem agora,<br />

mas ultimamente, por motivos que não interessa <strong>aqui</strong> analisar, elas se<br />

proliferaram. O local da formação em bases mais sistemáticas é também o<br />

lugar de aglutinação, de reunião de pessoas, projetos e idéias <strong>para</strong> o teatro.<br />

Isso depende muito, em maior ou menor grau, do próprio projeto artístico<br />

e pedagógico da escola ou do estúdio, que pode apresentar uma tônica<br />

maior ou menor no conceito do trabalho coletivizado. Particularmente em<br />

São <strong>Paulo</strong>, a passagem pelas escolas acaba influenciando a formação de<br />

grupos. Os artistas vão procurar sua autonomia e encontrar parceiros, às<br />

vezes, em relação estreita com os próprios processos formativos e com os<br />

seus mestres; às vezes, em relação de ruptura com os <strong>para</strong>digmas dessa<br />

formação.<br />

Um segundo motivo seria a necessidade de sobrevivência num ambiente<br />

em que a conjuntura política e social é bastante refratária a uma aventura<br />

artística individual. Não que não haja um chamado, aliás, hegemônico,<br />

a isso,mas parece que essa estratégia do grupo tem sido alimentada<br />

também pela necessidade de compartilhamento no modelo de criação,<br />

que dá conta de tentar sustentar a existência desses coletivos dentro<br />

de um contexto de produção absolutamente adverso, pois, em geral, o

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