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Seminário de Dramaturgia ::<br />

uma arte de caráter regional, na medida em que o regionalismo teria sido<br />

completamente invadido, destruído pela Internet.<br />

Existe um pensamento que reflete essa direção. Tenho dúvidas a esse<br />

respeito, não compartilho disso. O que eu quero dizer é que a entrada<br />

dessa palavra problematizou os outros conceitos, enquanto ela própria<br />

se tornou um conceito-problema também porque quando falamos de<br />

modernidade, precisamos perguntar de que modernidade estamos falando.<br />

Includente, excludente? Da ilustração do século XVIII, dos modernismos<br />

do século XX? Nós também, ao utilizarmos esta palavra – globalização –,<br />

precisamos nos perguntar de que globalização falamos. Em geral, pelo<br />

menos no plano social, se tratou mais da globalização da miséria do que<br />

de outra coisa. Sem mais esperas, vamos entrar na exposição dos outros<br />

convidados. Eu não estabeleci uma ordem, começamos, seguindo minha<br />

tradição de pensamento, não que eu esteja condenando o Newton Moreno,<br />

mas começamos da direita <strong>para</strong> a esquerda. Newton, faça o favor.<br />

Newton Moreno – Boa-noite. Acredito que a melhor contribuição que<br />

eu possa trazer seja falar um pouco de dois espetáculos. Quando eu vi a<br />

proposta do seminário, achei que eu tinha mais material <strong>para</strong> dividir com<br />

vocês sobre o processo de criação, sobre a gênese destes espetáculos; de<br />

onde eles vieram, como se constituíram. Talvez, este depoimento consiga<br />

levantar algumas questões pra gente continuar discutindo depois. Eu falo<br />

objetivamente do Agreste e do Assombrações do Recife Velho. Por quê? Na<br />

verdade, porque sou de Recife e fiz um movimento, num certo sentido,<br />

de um êxodo cultural voluntário uma vez que me interessava estar numa<br />

dinâmica de prática teatral outra que não a que eu encontrava na cidade<br />

onde nasci e vivi durante 21 anos. Nesse sentido, eu não conseguia<br />

dialogar muito bem com uma certa riqueza que tinha ao meu lado. Queria<br />

experimentar essa efervescente vida teatral ou prática teatral paulista.<br />

Então, vim <strong>para</strong> cá. Também porque lá havia uma proximidade com um dos<br />

elementos sobre o qual eu vou conversar depois com vocês, que é a idéia<br />

da cultura popular. Em Recife, a cultura popular não é uma escolha, é um<br />

fato na sua vida, ela te invade, o carnaval te invade, tudo te invade. Esse<br />

diálogo com a manifestação popular, por assim dizer, é muito forte, muito<br />

presente, muito ativo. Eu fui levado à prática artística, até a apreciação<br />

desse artista popular desde cedo, por um trânsito que acontecia entre a<br />

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