19pelo rádio no jovem país e, no ano seguinte, nascia a primeira emissora: a Rádio Socieda<strong>de</strong> doRio <strong>de</strong> Janeiro. Marlene M. Blois comenta que o surgimento <strong>de</strong>u-se em20 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1923; o local: a sala <strong>de</strong> física da Escola Politécnica, no largo <strong>de</strong> SãoFrancisco, na cida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro; os fundadores: Edgard Roquette-Pinto ecientistas da Aca<strong>de</strong>mia Brasileira <strong>de</strong> Ciências; a emissora: A Rádio Socieda<strong>de</strong> doRio <strong>de</strong> Janeiro, PR-1-A. Estavam lançadas as bases do uso massivo <strong>de</strong> umatecnologia <strong>de</strong> comunicação como instrumento real e efetivo <strong>de</strong> cidadania e educaçãopara muitos, num país <strong>de</strong> tantos contrastes (BLOIS, 2004, p. 148-149).Com muitas dificulda<strong>de</strong>s, e sem uma programação <strong>de</strong>finida, foi instalada aprimeira rádio no Brasil. O país só se <strong>de</strong>u conta da importância da rádio e do rádio algumtempo <strong>de</strong>pois, quando surge a i<strong>de</strong>ia da venda <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> na Rádio Clube do Brasil, em 1º<strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1924. Tal emissora foi a primeira a conseguir autorização e a transmitirpublicida<strong>de</strong>.É possível imaginar as dificulda<strong>de</strong>s, ao implantar algo tão inovador e encantadorpara a época. No entanto, com o advento <strong>de</strong> uma segunda emissora <strong>de</strong> rádio no país, novoscaminhos vão se abrindo e, consequentemente, a popularização vem junto com o sustento e olucro. Nesse primeiro momento, a convivência entre as duas emissoras (Rádio Socieda<strong>de</strong> eRádio Clube) fora pacífica ao ponto <strong>de</strong> irem ao ar “[...] em dias alternados: às segundas,quartas e sextas funcionava uma <strong>de</strong>las; às terças, quintas e sábados, a outra” (FERRARETTO,2001, p. 101-102).Até esse momento o rádio não era visto como um meio comercial que gerarialucro e competição, por isso se explica a convivência harmoniosa entre as duas emissoras. Noentanto, esse panorama começava a mudar com o surgimento <strong>de</strong> novas emissoras que seespalham pelo Brasil. Em 1932, quando acontece a regulamentação da publicida<strong>de</strong>, o rádio sefaz presente na maioria das unida<strong>de</strong>s da fe<strong>de</strong>ração. 5 A partir daí, ocorreu um gran<strong>de</strong> aumentono número <strong>de</strong> emissoras no país. Surge, então, o rádio como sendo um importante instrumento<strong>de</strong> comunicação que, em tempo real, chegaria a todos os lares e recantos mais longínquos.É importante <strong>de</strong>stacar, ao longo dos anos, o aperfeiçoamento do rádio. O aparelhopensado e i<strong>de</strong>alizado por Marconi e Lan<strong>de</strong>l <strong>de</strong> Moura foi sendo aperfeiçoado. Saiu <strong>de</strong> umagran<strong>de</strong> caixa imóvel na sala para ser levado a qualquer lugar on<strong>de</strong> o ouvinte esteja. É a5O <strong>de</strong>creto 21.111 <strong>de</strong> 1o <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1932, que regulamentava outro <strong>de</strong>creto, o <strong>de</strong> número 20.047, <strong>de</strong> maiodo ano anterior dizia que os comerciais po<strong>de</strong>riam ocupar 10% das transmissões. Com isso, há possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> captar recursos e com o lucro reinvestir em programação e atrair novos anunciantes. Com o tempo, estepercentual aumentaria para 20% e hoje está em 25%.
20evolução <strong>de</strong>ste meio <strong>de</strong> comunicação, que sairia <strong>de</strong> um espaço móvel <strong>de</strong> uma sala <strong>de</strong> estar,para qualquer lugar do planeta através da Internet.2.1.2 Reflexões sobre a comunicação radiofônicaO rádio é um meio <strong>de</strong> comunicação importante para a integração da socieda<strong>de</strong>.Como um instrumento <strong>de</strong> comunicação, po<strong>de</strong> contribuir para o <strong>de</strong>spertar e o propagar dacultura das comunida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> está inserido. Consi<strong>de</strong>ra-se oportuno refletir sobre o significadodo termo “comunicação” que, <strong>de</strong> acordo com o pesquisador Martino,vem do latim communicatio do qual distinguimos três elementos: uma raiz munis,que significa “estar encarregado <strong>de</strong>” que acrescido ao sufixo co, o qual expressasimultaneida<strong>de</strong>, reunião, temos a idéia <strong>de</strong> “uma ativida<strong>de</strong> realizada conjuntamente”completada pela terminação tio que por sua vez reforça a idéia <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>(MARTINO, 2005, p. 12-13).Nota-se, contudo, que, segundo o autor, a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> grupo, <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>, estádiretamente relacionada à comunicação. Não é possível comunicar-se sozinho, necessita-se dooutro, do grupo. Vê-se que a origem do termo está ligada à ativida<strong>de</strong> realizada junto, emcomum, num processo comunitário <strong>de</strong> interação e, consequentemente, <strong>de</strong> socialização.Dessa forma, nota-se que a comunicação é real, sensível e se faz presente emvários lugares, simultaneamente. Antes do aparecimento do rádio a comunicação eraentendida como sendo apenas a veiculada pelo jornal impresso. A partir <strong>de</strong>le, é que a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>simultaneida<strong>de</strong> passa a ser agregada ao termo comunicação, como é entendida atualmente.O rádio possibilita a comunicação. Segundo Piovesan, esse instrumento <strong>de</strong>interação socialinclui a todos: o letrado e o analfabeto, o pobre e o rico, o jovem e o idoso, a mulhere a criança [...]. Na programação, por mais segmentada que seja, o rádio inclui amúsica, a publicida<strong>de</strong>, os vários formatos <strong>de</strong> jornalismo, a educação, o esporte, acultura, a prestação <strong>de</strong> serviços [...]. O rádio inclui tudo, o local e o global. Tudocabe no rádio (PIOVESAN, 2004, p. 36).A gran<strong>de</strong> abrangência do rádio contribui, portanto, para a divulgação epropagação <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, culturas e opiniões. Ao se <strong>de</strong>pararem com o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>sse veículo, muitos
- Page 1 and 2: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARI
- Page 3 and 4: 2LEONIR ALVESANÁLISE DE ASPECTOS D
- Page 5 and 6: 4AGRADECIMENTOSA Deus - autor e pri
- Page 7 and 8: “Próximo ao meio-dia, diante daq
- Page 9 and 10: 8ABSTRACTABSTRACTThis study present
- Page 11 and 12: 10SUMÁRIO1 INTRODUÇÃO...........
- Page 13 and 14: 12emissora alcança lugares diferen
- Page 15 and 16: 14também grandes atrações cultur
- Page 18 and 19: 171894, o britânico Oliver Lodge d
- Page 22 and 23: 21segmentos sociais começaram a fa
- Page 24 and 25: 23os mais diversos fins. E é no in
- Page 26 and 27: 25veículo que mais se beneficiou d
- Page 28 and 29: 27aconteceram. As igrejas cristãs
- Page 30 and 31: 29Postura crítica, anúncio da ver
- Page 32 and 33: 31Senhora: Miriam é o nome hebraic
- Page 34 and 35: 33Rede Gaúcha Sat 22 que permite a
- Page 36 and 37: 35Com relação às palavras, Bakht
- Page 38 and 39: 37que são elaborados na coletivida
- Page 40 and 41: 39los primeros estudios específica
- Page 42 and 43: 41Na comunicação radiofônica, o
- Page 44 and 45: 43la comprensión de los mensajes s
- Page 46 and 47: 45linguagem radiofônica. Por meio
- Page 48 and 49: 47Faz-se assim oportuno destacar a
- Page 50 and 51: 49além disso, é importante saber
- Page 52 and 53: 51declaraciones grabadas, respetand
- Page 54 and 55: 53sociais, a religião, a ética e
- Page 56 and 57: 55perspectivas, tão abstratas quan
- Page 58 and 59: 57O segundo tipo de reportagem a se
- Page 60 and 61: 59conviverem em harmonia. Nesse sen
- Page 62 and 63: 61O testemunhal é outro formato co
- Page 64 and 65: 63Entende-se conceitualmente por id
- Page 66 and 67: 65culturais em espaço cultural hí
- Page 68 and 69: 67Cabe mencionar que, em sua histó
- Page 70 and 71:
69Dessa forma, o entrevistador tem
- Page 72 and 73:
714 A LINGUAGEM RADIOFÔNICA: ANÁL
- Page 74 and 75:
73A audiência relevante 49 contrib
- Page 76 and 77:
75Intercalando com a trilha, o locu
- Page 78 and 79:
77Cabe registrar que em todas as ed
- Page 80 and 81:
79editados no estado do Rio Grande
- Page 82 and 83:
81transcrições das falas 56 dos l
- Page 84 and 85:
83informações do mundo. Trilha Lo
- Page 86 and 87:
85“Chuva de verão”(17/01/2009)
- Page 88 and 89:
87“O caso do Papagaio”:(03/01/2
- Page 90 and 91:
89Na edição de 03 de janeiro de 2
- Page 92 and 93:
91dialógico do enunciado, que não
- Page 94 and 95:
93permite aos locutores o “ver ma
- Page 96 and 97:
95interesse de muitos de querer gan
- Page 98 and 99:
97Conforme se destaca a relação a
- Page 100 and 101:
99analisados.Esse aspecto, sim, enc
- Page 102 and 103:
1015 CONSIDERAÇÕES FINAISEste est
- Page 104 and 105:
103Primeiramente avaliou-se que a l
- Page 106 and 107:
105REFERÊNCIASADLER, P.Richard; FI
- Page 108 and 109:
107FILHO, André Barbosa; PIOVESAN,
- Page 110 and 111:
109NEVES, José Luis. Pesquisa qual
- Page 112 and 113:
ANEXOS111
- Page 114 and 115:
113ANEXO B - GRADE DE PROGRAMAÇÃO
- Page 116 and 117:
115Antonio: Sim. Primeiro diretor d
- Page 118 and 119:
117Leonir: E a rádio funcionava l
- Page 120 and 121:
119Nataniel: A Rádio Maristela tem