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Modelo de Tese - Unisul

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64propósitos nacionais. As manifestações culturais em suas linguagens (verbais e não-verbais)servem como rituais alicerçados nos quais dialogam passado antigo e sua continuida<strong>de</strong> querpela história oficial, quer pela lenda invenção. Assim sendo, a cultura, ao se fazer emergirpelas linguagens, promove elementos <strong>de</strong>marcadores das nacionalida<strong>de</strong>s, etnias, religiosida<strong>de</strong>s,<strong>de</strong>ntre outros.No que tange às manifestações culturais, atentando para a formação <strong>de</strong> uma culturanacional, po<strong>de</strong>-se afirmar que esta, por sua vez, advém <strong>de</strong> símbolos e imagens oficiais geradoscom fins a “personificar” a nação. Como exemplo, po<strong>de</strong>mos citar, segundo Hall, (2000) acriação <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> alfabetização que generalizavam uma única língua vernácula comomeio dominante <strong>de</strong> comunicação em toda a nação. A fundação <strong>de</strong> um Estado próprio e oidioma comum são, pois, elementos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m política e cultural <strong>de</strong> fundamental relevânciapara o sentimento <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> nacional, pois o primeiro é fundamental como condição <strong>de</strong>existência <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> política, e o segundo assume dimensões imprescindíveis em faceda formação da cultura nacional.Sobre a nacionalida<strong>de</strong>, Bhabha (2003) também propõe a compreensão danacionalida<strong>de</strong> como uma estratégia <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação cultural e <strong>de</strong> interpelação discursiva queos Estados utilizam com o intuito <strong>de</strong> legitimar sua atuação e inscrevê-la como fruto <strong>de</strong> umavonta<strong>de</strong> coletiva ao mesmo tempo em que transformam o povo em sujeito partícipe dasentida<strong>de</strong>s políticas. Com o mote <strong>de</strong> <strong>de</strong>linear ou simbolizar a coesão social, <strong>de</strong> legitimarinstituições, status e relações <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>, ou inculcar padrões comportamentais é que foraminventadas as tradições em face do construto do Nacionalismo.As diferenças regionais e étnicas foram gradualmente sendo colocadas sob o Estadonação,que se tornou referência <strong>de</strong> significados para as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s culturais mo<strong>de</strong>rnas.Conforme Ernst Gellner, na medida em que “o nacionalismo é essencialmente, umprincípio político que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que a unida<strong>de</strong> nacional e a unida<strong>de</strong> política <strong>de</strong>vemcorrespon<strong>de</strong>r uma à outra” (GELLNER, 1998, p. 11), a crítica da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> coesão culturalacarreta a necessária revisão teórica acerca do conceito <strong>de</strong> nação, que é <strong>de</strong>snaturalizado etratado como artifício, e não como essência imemorial.Logo, para Benedict An<strong>de</strong>rson (1989), o nacionalismo passa a ser percebido – aomenos no âmbito teórico, já que a nação como valor social não só se faz presente como pareceganhar um novo impulso na contemporaneida<strong>de</strong> –, como um suporte para a construção <strong>de</strong>referências específicas e locais, mobilizadas segundo contextos e motivações particulares.Neste sentido, o nacionalismo que homogeneizaria as diferenças culturais sob a égi<strong>de</strong><strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong> nacional não encontra território propício diante do sincretismo das mediações

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