55perspectivas, tão abstratas quanto às da linguística tradicional não consi<strong>de</strong>ram assituações comunicativas que <strong>de</strong>terminam a forma <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> tais unida<strong>de</strong>s,quaisquer que elas sejam. [...] A teoria do discurso <strong>de</strong>sfaz esse mal entendido aointroduzir a questão dos gêneros, que vincula cada uso da linguagem à situaçãocomunicativa em que esse uso se dá (MEDITSCH, 2001, p. 177).Cabe <strong>de</strong>stacar, então, que a linguagem jornalística <strong>de</strong>ve observar, primeiramente,as características do programa que apresenta. Trata-se aqui da questão da análise e observaçãocuidadosa dos termos empregados, da seleção musical utilizada e das intervenções feitas que<strong>de</strong>vem estar em sintonia com o que o programa se propõe a realizar.Segundo Ortiz e Marchamalo (1997), as primeiras <strong>de</strong>finições e análises dosgêneros jornalísticos apareceram vinculadas originalmente ao jornalismo impresso. Os autorescitam José Luis Martinez Albertos (1977) que oferece a seguinte <strong>de</strong>finição sobre gênero:“Podrán <strong>de</strong>finirse los géneros periodísticos como las diferentes modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lá creaciónliterária <strong>de</strong>stinadas a ser divulgadas a través <strong>de</strong> cualquier médio <strong>de</strong> difusión colectiva” 39(ALBERTOS, 1974, p. 69-70 apud ORTIZ e MARCHAMALO, 1997, p. 97).Nota-se, a partir da <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> Albertos, que toda e qualquer produção literária,tanto oral quanto escrita, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que divulgada nos meios <strong>de</strong> comunicação, po<strong>de</strong> serconsi<strong>de</strong>rada gênero jornalístico. Diante disso, cabe aqui explicitar alguns dos gênerosradiofônicos mais comuns.O primeiro dos gêneros a ser abordado é a entrevista, que tem uma gran<strong>de</strong>a<strong>de</strong>quação ao rádio, <strong>de</strong>vido às características que ambos possuem. Isso acontece porque orádio é um veículo que atinge um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> pessoas que po<strong>de</strong>m estar realizandooutras tarefas ao mesmo tempo em que se fazem ouvintes <strong>de</strong>sse meio <strong>de</strong> comunicação. Alémdisso, na difusão da entrevista, especialmente nas que são realizadas “ao vivo’, há apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interação entre emissor e receptor. Quanto ao fato <strong>de</strong> envolver o ouvinte nasituação da entrevista, o autor Robert Mcleisc menciona queo objetivo <strong>de</strong> uma entrevista é fornecer, nas próprias palavras do entrevistado, fatos,razões ou opiniões sobre um <strong>de</strong>terminado assunto, <strong>de</strong> modo que o ouvinte possa tiraruma conclusão no que diz respeito à valida<strong>de</strong> do que está sendo dito. [...] Aentrevista é uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informar não apenas o que o ouvinte quer saber,mas também o que ele precisa saber (MCLEISC, 2001, p. 43).Existem diversas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> entrevista em função do seu objeto. Ortiz eMarchamalo (1997) citam como as principais, a entrevista <strong>de</strong> atualida<strong>de</strong> e a entrevista pessoal.39Os gêneros <strong>de</strong> caráter jornalístico po<strong>de</strong>rão ser <strong>de</strong>finidos como as diferentes modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> criação literária<strong>de</strong>stinadas a ser divulgadas através <strong>de</strong> qualquer meio <strong>de</strong> difusão coletiva (Tradução do pesquisador).
56A primeira permite que o entrevistado expresse sua opinião sobre <strong>de</strong>terminado tema <strong>de</strong>interesse geral. A segunda objetiva mostrar a personalida<strong>de</strong>, a forma <strong>de</strong> ser, o talento e o ladopsicológico do entrevistado, mais através <strong>de</strong> uma conversação do que <strong>de</strong> uma sucessão <strong>de</strong>perguntas e respostas.Ainda conforme Ortiz e Marchamalo (1997), ao afirmarem que, apesar do rádioser um meio extremamente rápido, que transmite um fato quase simultaneamente ao ocorrido,sempre que possível se <strong>de</strong>ve estudar as pessoas e acontecimentos, se não com profundida<strong>de</strong>,pelo menos seus pontos <strong>de</strong>terminantes, antes <strong>de</strong> partir para a entrevista.Nota-se, então, que não há nada mais importante para o êxito da maioria dasentrevistas, que sua preparação prévia. Nesse caso, é imprescindível uma busca <strong>de</strong>informações acerca do entrevistado. O excesso <strong>de</strong> dados e gravações, no entanto, po<strong>de</strong>mtransformar uma simples conversação em um interrogatório. No geral, convêm conduzir umaentrevista com uma relação <strong>de</strong> perguntas previamente elaboradas, anotações e i<strong>de</strong>ias geraisacerca <strong>de</strong> temas da atualida<strong>de</strong>, que vão sendo adaptadas com o encaminhamento, o rumo daconversação.O segundo dos gêneros que merece <strong>de</strong>staque é a reportagem que, segundo opesquisador Emílio Prado (1989), entre os gêneros utilizados no rádio, é o mais rico, pois nãotendo uma estrutura rígida permite a intervenção do ouvinte e o uso da criativida<strong>de</strong> por partedo locutor. Além disso, ela possui um caráter informativo por ser realizada em forma <strong>de</strong>narração.Segundo Ortiz e Marchamarlo (1997), a reportagem é um relato, uma exposição<strong>de</strong> um fato noticioso por meio <strong>de</strong> testemunhos selecionados e ambientes sonoros montados <strong>de</strong>forma or<strong>de</strong>nada. Para eles, a reportagem po<strong>de</strong>ria equiparar-se a um programa <strong>de</strong> rádio porquepo<strong>de</strong> conter entrevistas, informações e dramatizações sobre o relato.Contudo, a reportagem permite inúmeros enfoques como, por exemplo, oinformativo, o narrativo, o <strong>de</strong>scritivo dramático e o humano. Além disso, está aberta apropostas e possibilida<strong>de</strong>s criativas. As técnicas para a realização <strong>de</strong> uma reportagem seguemalguns passos e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do tipo e da fórmula selecionados. Dessa forma, o primeiro passo éa <strong>de</strong>finição dos aspectos e enfoques do tema.Diante disso, Muniz Sodré e Maria Helena Ferrari (1986) <strong>de</strong>stacam os principaistipos <strong>de</strong> reportagem. O primeiro <strong>de</strong>les é a <strong>de</strong>nominada reportagem <strong>de</strong> fatos. Trata-se do relatoobjetivo <strong>de</strong> acontecimentos, como acontece na notícia radiofônica, quando os fatos sãonarrados em sucessão, por or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> importância.
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