49além disso, é importante saber que tempo se dispõe para a emissão <strong>de</strong>ssa mensagem. Assim, oprimeiro passo seria <strong>de</strong>finir a produção do roteiro: <strong>de</strong>terminar o conteúdo e o tempo. O roteiroradiofônico procura planejar os momentos das transmissões <strong>de</strong> uma emissora.Nas emissoras com programação jornalística baseada no formato notícia eentrevista, os programas possuem um esboço <strong>de</strong> roteiro com fichas ou laudas para que oapresentador vá conduzindo os textos, diálogos, as fontes <strong>de</strong> informação e os própriosrepórteres da emissora. O roteiro, portanto, é um tipo <strong>de</strong> material elaborado para programasradiofônicos, em geral, em que a apresentação está baseada no texto e não no improviso.A correta sequência narrativa do programa <strong>de</strong> rádio <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da elaboração <strong>de</strong> umbom roteiro que <strong>de</strong>ve ser objetivo, preciso. Além disso, <strong>de</strong>ve possuir textos previamenteelaborados e revisados, com as marcações necessárias, indicando as reportagens (ao vivo ougravadas), os trechos sonoros e os blocos comerciais.Se o programa for apresentado apenas por um locutor, o i<strong>de</strong>al para facilitar aleitura é dispor o texto em blocos <strong>de</strong> tamanho não superior a cinco linhas. Já um programa noqual há dois ou mais locutores, o melhor é a fragmentação do texto, com uma técnica próximada notícia em <strong>de</strong>staque.Quanto à questão da sonorida<strong>de</strong>, os autores Elisa Kopplin e Luiz Artur Ferrarettoapontam para as principais inserções sonoras contidas no roteiro <strong>de</strong>nominadas como:- Característica: música que i<strong>de</strong>ntifica o programa no início e no fim <strong>de</strong> cada bloco,no início e no fim <strong>de</strong> cada transmissão.- Cortina: breve trecho musical que i<strong>de</strong>ntifica ou separa uma <strong>de</strong>termina parte <strong>de</strong> umprograma radiofônico em relação ao todo. É usada para assinalar a transmissão <strong>de</strong>comentários, seções especializadas ou editorias. Por vezes, é transmitida antes e<strong>de</strong>pois <strong>de</strong>stes espaços. Na maioria dos casos, entretanto, a emissão ocorre apenasantes do comentário, seção especializada ou editoria.- Vinheta: usada quase sempre com sentido semelhante ao da característica ou dacortina, mas se diferenciado <strong>de</strong>stas por associar o texto à música. Em geral é umafrase musical, com ou sem texto, gravada com antecedência. I<strong>de</strong>ntifica a emissora,um apresentador ou o programa e, até mesmo, o patrocinador <strong>de</strong> uma transmissão.- Fundo Musical: o mesmo que BG (background). Música geralmente instrumental,em volume inferior ao do texto lido por um locutor ou apresentador. O fundomusical tem função expressiva e reflexiva.- Fusão: O som original vai diminuindo <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> à medida que uma novainserção sonora é introduzida na transmissão (KOPLLIN; FERRARETTO, 1992, p45-47).A música ocupa lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque na linguagem radiofônica. Segundo JoséWisnik, 34 o som é impalpável e invisível, características essas que permitem a atribuição das34 Segundo Wisnik, cantar em conjunto, achar os intervalos musicais que falem como linguagem, afinar as vozessignifica entrar em acordo profundo e não visível sobre a intimida<strong>de</strong> da matéria, produzindo ritualmente,
50proprieda<strong>de</strong>s do espírito à música: o som torna-se “o elo comunicante do mundo material como espiritual e invisível” (WISNIK, 1999, p. 28). Percebe-se assim o uso mágico da música edos sons em diferentes culturas.Ainda <strong>de</strong> acordo com Wisnik, a música constitui-se no “jogo entre som e ruído”.O ruído seria “o som do mundo”, “freqüências irregulares e caóticas com as quais a músicatrabalha para extrair-lhes uma or<strong>de</strong>nação” (WISNIK, 1999, p. 28). Um único som afinado,música: or<strong>de</strong>nação do mundo, acordo que projeta o fundamento do universo social. Logo,po<strong>de</strong>-se afirmar que seria pelo fato <strong>de</strong> conjugar a “luta cósmica e caótica entre som e ruído”que a música po<strong>de</strong> ser vivida como experiência do sagrado.Nesse sentido, a performance promove estratégias <strong>de</strong> interação entre o ouvinte e oque é ouvido. O corpo (<strong>de</strong> quem escuta) se adapta para a apreensão da música. Portanto, nãoapenas na letra e na melodia, mas também no corpo – ou então no comportamento que essecorpo apresenta, é que se promove a percepção, é on<strong>de</strong> a música e o ouvinte po<strong>de</strong>m interagir.Sendo assim, po<strong>de</strong>-se afirmar que a audição da música não ocorre por meio <strong>de</strong> uma operaçãoabstrata, mas sim, por uma operação material, promovida pelas performances. Constata-se quea performance é o momento <strong>de</strong> presentificação da virtualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um texto, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> umaforma dinâmica, organizando, assim, uma comunicação específica. É, portanto, o roteiro e asinserções sonoras que permitem ao ouvinte i<strong>de</strong>ntificar o programa, mesmo que até então nãoesteja acompanhando atentamente.No caso da transmissão <strong>de</strong> uma entrevista ou reportagem gravada, existe outrotipo <strong>de</strong> roteiro que necessita <strong>de</strong> técnicas diferenciadas. Uma vez gravado o material, seránecessário selecionar e or<strong>de</strong>nar os <strong>de</strong>poimentos do entrevistado para conseguir um textonarrativo coerente. Nesse sentido, o editor, o roteirista ou o próprio repórter <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>cidir quaisas partes que não interessam ao processo <strong>de</strong> argumentação ou que não se ajustam ao tempo<strong>de</strong>terminado para veiculação <strong>de</strong>ntro do programa. Trata-se da edição, que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>concluída, <strong>de</strong>verá estar <strong>de</strong>vidamente indicada no roteiro radiofônico.Ortiz e Marchamalo citam uma série <strong>de</strong> normas e conceitos sobre edição emontagem radiofônica. Dentre essas, <strong>de</strong>staca-se quehay que buscar siempre el lugar apropriado para realizar el corte – aprovechadopausas naturales en la conversación, respiraciones, silencios, etc. – [...] Antes <strong>de</strong> tirarcualquier trozo <strong>de</strong> cinta conviene asegurar-se <strong>de</strong> que el corte o el empalme soncorrectos. [...] evitar por todos los medios alterar o sacar <strong>de</strong> contexto lascontra todo o ruído do mundo, um som constante (um único som musical afinado diminui o grau <strong>de</strong> incertezano universo, porque insemina nele um princípio <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m).
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