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Modelo de Tese - Unisul

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86meramente formal; um enunciado é sempre um acontecimento. No caso das “corujas”, ele<strong>de</strong>manda uma situação histórica <strong>de</strong>finida, ouvinte/ locutor/ouvinte se encontram i<strong>de</strong>ntificados,o compartilhamento <strong>de</strong> uma mesma cultura e o estabelecimento necessário <strong>de</strong> um diálogo. Osenunciados refletem as opiniões formadas sobre o fato <strong>de</strong>scrito, a <strong>de</strong>marcação temporal eespacial <strong>de</strong>ste e, ao mesmo tempo, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ultrapassar fronteiras - “A história dascorujas tá virando piada, mas continua o assunto em re<strong>de</strong> nacional. O reveillon <strong>de</strong> Capão daCanoa. E eu tive a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estar por lá [...]”. Ao se inserir no programa, constata-seque o ouvinte, em seu enunciado, procura provocar reflexões e respostas.Na continuida<strong>de</strong> da falaLigação ouvinte: É, mas, o que eu achei muito interessante, para análise, como seconsegue, tendo um microfone na mão, formar opinião <strong>de</strong> 100 mil pessoas. Eleconseguiu dar uma virada, pois ninguém pensou que po<strong>de</strong>ria ter sido um ato falho daPrefeitura Municipal. Loc.2: Sim. Ligação ouvinte: Ele conseguiu botar toda aculpa, no pessoal da polícia ambiental, ‘né’.Observa-se que o ouvinte não se limita a narrar o fato, também emite opiniãosobre o acontecido. Assim sendo, po<strong>de</strong>-se refletir sobre o empo<strong>de</strong>ramento que <strong>de</strong>corre daposse do microfone, a partir da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se formar a opinião dos espectadores doevento, conforme <strong>de</strong>staca o ouvinte. Em outras palavras, o po<strong>de</strong>r concedido pelo ‘microfone’- mencionado pelo ouvinte/locutor, como uma crítica ao fato acontecido - também lhe éatribuído no momento em que o mesmo utiliza o da rádio para expressar sua opinião sobre ofato.Desse modo, o ouvinte ocuparia o papel do personagem <strong>de</strong> sua narrativa. Essecontexto conduz a reflexões sobre as posições dos sujeitos no diálogo, sobre sua alternância eseu processo (<strong>de</strong>vir). O diálogo é uma corrente inserida na ca<strong>de</strong>ia infinita <strong>de</strong> enunciados (atos)em que a dúvida leva a outro ato e este a outro, infinitamente. O enunciado afirmado poralguém passa a fazer parte <strong>de</strong> todos os enunciados, numa ca<strong>de</strong>ia infinita. O mundo ético éfluido e concreto, enquanto que a historicida<strong>de</strong> do ser em evento, participante, não é.Observa-se que o enunciado do ouvinte/locutor evi<strong>de</strong>ncia que o centro <strong>de</strong> valores se dá forado humano em toda a humanida<strong>de</strong>, consi<strong>de</strong>rando-se a natureza como centro irradiador daverda<strong>de</strong>. A i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> é dada pela alterida<strong>de</strong>. Ironicamente, critica-se o outro a partir domesmo lugar enunciativo.

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