41Na comunicação radiofônica, o som é o elemento fundamental para que alinguagem tenha mobilida<strong>de</strong>. Nesse sentido, Ortiz e Marchamalo comentam que o rádioes un medio ciego y, por tanto, la necesidad <strong>de</strong> comunicar mensajes que sólo pue<strong>de</strong>npercibirse por vía auditiva se convierte en la principal referencia que se <strong>de</strong>be teneren cuenta para enten<strong>de</strong>r las peculiarida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>l lenguaje y la comunicaciónradiofónica 25 (ORTIZ; MARCHAMALO, 1997, p. 23).Compete ao locutor combinar os recursos expressivos ao longo <strong>de</strong> cadatransmissão. A combinação <strong>de</strong>sses recursos permite que linguagem radiofônica traduzadiversificadas narrativas e imagens. Ortiz e Manchamalo explicam quela velocidad <strong>de</strong> exposición ante el micrófono, la duración <strong>de</strong> un efecto <strong>de</strong> sonido,harán variar las sensaciones <strong>de</strong> los oyentes ante los estímulos sonoros: una narraciónexcesivamente lenta podrá transmitir una sensación <strong>de</strong> angustia; un silencioprolongado <strong>de</strong>spertará inquietud en el receptor, etc 26 (ORTIZ; MARCHAMALO,1997, p. 25).Conforme já se pontuou, como veículo <strong>de</strong> comunicação, o rádio proporciona aoato <strong>de</strong> enunciação a instantaneida<strong>de</strong>, simultaneida<strong>de</strong> e rapi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> seus enunciados. Diferentesdiscursos po<strong>de</strong>m ser apreendidos simultaneamente por muitos, em diferentes lugares. Mcleishcomenta queo rádio acelera a disseminação da informação <strong>de</strong> forma que todos – lí<strong>de</strong>res eli<strong>de</strong>rados – ficam sabendo da mesma notícia, da mesma idéia política, <strong>de</strong>claração ouameaça. Se conhecimento é po<strong>de</strong>r, o rádio dá po<strong>de</strong>r a todos nós, quer exercitemos ounão algum tipo <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> (MCLEISH, 2001, p. 16).Contudo, para que a informação seja recebida, faz-se relevante que o ouvinteesteja exposto e atento ao meio <strong>de</strong> comunicação. A chamada sensorieda<strong>de</strong>, característicarelativa ao que as pessoas po<strong>de</strong>m sentir a partir <strong>de</strong> algo que veem ou ouvem, conce<strong>de</strong> ao rádioo sentido <strong>de</strong> empatia, ou seja, é possível envolver o ouvinte com muita facilida<strong>de</strong>, fazendo-ocriar uma espécie <strong>de</strong> diálogo mental com o que está sendo transmitido.2526É um meio cego e, portanto, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicar mensagens que só po<strong>de</strong>m ser percebidas pela viaauditiva, se converte na principal referência que se <strong>de</strong>ve levar em conta para enten<strong>de</strong>r as peculiarida<strong>de</strong>s dalinguagem e da comunicação radiofônica (Tradução do pesquisador).A velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exposição diante do microfone e a duração <strong>de</strong> um efeito <strong>de</strong> som farão variar as sensaçõesdos ouvintes diante dos estímulos sonoros: uma narração excessivamente lenta po<strong>de</strong>rá transmitir umasensação <strong>de</strong> angústia; um silêncio prolongado <strong>de</strong>spertará inquietação no receptor, etc. (Tradução dopesquisador).
42É possível perceber, então, que as formas <strong>de</strong> recepção não são permanentes aolongo da sintonia em uma <strong>de</strong>terminada programação. Segundo Mcleish (2001), ao ligar orádio, em uma emissora, o ouvinte julga ser aquela programação o melhor pano <strong>de</strong> fundo pararealizar as suas ativida<strong>de</strong>s. Misturam-se, <strong>de</strong> certo modo, duas formas <strong>de</strong> recepção distintas:por ambiente e por seleção. Se a pessoa busca um fundo sonoro para acompanhar suasativida<strong>de</strong>s, nota-se a presença da chamada escuta ambiente. Já as canções vão se suce<strong>de</strong>ndo e,em <strong>de</strong>terminado momento, uma lhe chama a atenção marginal. Contudo, se uma notícia fazcom que esta pessoa focalize seu interesse na transmissão que, momentaneamente, interrompea programação musical, percebe-se uma atenção concentrada. Po<strong>de</strong>-se observar ainda, que sehouve o anúncio <strong>de</strong> que um fato relatado será ampliado em outro horário, isso po<strong>de</strong> fazer comque o ouvinte torne a ligar o rádio mais tar<strong>de</strong> e, com isso, tem-se a escuta por seleção.Desse modo, na composição da mensagem radiofônica po<strong>de</strong> ser formuladalevando em consi<strong>de</strong>ração as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> recepção próprias do veículo. Emconsequência, observam-se alguns fatores que promoveriam a uma eficácia da mensagemradiofônica. O primeiro <strong>de</strong>les é a clareza que <strong>de</strong>termina uma transmissão perfeita, sem ruídosno processo e com uma combinação também a<strong>de</strong>quada dos recursos expressivos do veículo. Ooutro fator <strong>de</strong> eficácia da mensagem é a locução. É importante mencionar aqui que a palavralocutor tem origem no latim: locutare, que significa “aquele que fala”. Todavia, mais do quefalar é preciso que a fala transmita um significado, pois uma mesma frase po<strong>de</strong> contersentidos diferentes, quando falada em contextos diversos.Ferraretto, citando Valdés, comenta acerca <strong>de</strong> oito requisitos fundamentais que<strong>de</strong>ve possuir um bom locutor: enten<strong>de</strong>r o conteúdo; interpretar o texto; transferir asinformações; medir o ritmo; matizar; ser natural; convencer e concluir bem a leitura.(VALDÉS, 1988, p. 104 apud FERRARETTO, 2001, p. 311).Diante disso, observa-se que o locutor, no ato <strong>de</strong> enunciação, em princípio,<strong>de</strong>veria ter um conhecimento dos assuntos a serem abordados nos programas <strong>de</strong> que participa.A percepção do conhecimento do tema no qual se constroem os enunciados ensejariainterpretação das mensagens neles veiculadas. Uma performance enunciativa po<strong>de</strong> serevi<strong>de</strong>nciada pela capacida<strong>de</strong> do locutor em medir o teor da locução, realçando cada palavra,sabendo matizar o que é dito. A voz é o instrumento fundamental <strong>de</strong> trabalho do locutor eprecisa ser bem utilizada, isto é, ser natural e ao mesmo tempo usada como <strong>de</strong> convencer oouvinte <strong>de</strong> que suas palavras são exatamente o que ele precisa ouvir. Nesse sentido, Ortiz eMarchamalo abordam o fato <strong>de</strong> que a comunicação radiofônica está diretamente relacionadaao correto uso da voz. Sustentam que
- Page 1 and 2: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARI
- Page 3 and 4: 2LEONIR ALVESANÁLISE DE ASPECTOS D
- Page 5 and 6: 4AGRADECIMENTOSA Deus - autor e pri
- Page 7 and 8: “Próximo ao meio-dia, diante daq
- Page 9 and 10: 8ABSTRACTABSTRACTThis study present
- Page 11 and 12: 10SUMÁRIO1 INTRODUÇÃO...........
- Page 13 and 14: 12emissora alcança lugares diferen
- Page 15 and 16: 14também grandes atrações cultur
- Page 18 and 19: 171894, o britânico Oliver Lodge d
- Page 20 and 21: 19pelo rádio no jovem país e, no
- Page 22 and 23: 21segmentos sociais começaram a fa
- Page 24 and 25: 23os mais diversos fins. E é no in
- Page 26 and 27: 25veículo que mais se beneficiou d
- Page 28 and 29: 27aconteceram. As igrejas cristãs
- Page 30 and 31: 29Postura crítica, anúncio da ver
- Page 32 and 33: 31Senhora: Miriam é o nome hebraic
- Page 34 and 35: 33Rede Gaúcha Sat 22 que permite a
- Page 36 and 37: 35Com relação às palavras, Bakht
- Page 38 and 39: 37que são elaborados na coletivida
- Page 40 and 41: 39los primeros estudios específica
- Page 44 and 45: 43la comprensión de los mensajes s
- Page 46 and 47: 45linguagem radiofônica. Por meio
- Page 48 and 49: 47Faz-se assim oportuno destacar a
- Page 50 and 51: 49além disso, é importante saber
- Page 52 and 53: 51declaraciones grabadas, respetand
- Page 54 and 55: 53sociais, a religião, a ética e
- Page 56 and 57: 55perspectivas, tão abstratas quan
- Page 58 and 59: 57O segundo tipo de reportagem a se
- Page 60 and 61: 59conviverem em harmonia. Nesse sen
- Page 62 and 63: 61O testemunhal é outro formato co
- Page 64 and 65: 63Entende-se conceitualmente por id
- Page 66 and 67: 65culturais em espaço cultural hí
- Page 68 and 69: 67Cabe mencionar que, em sua histó
- Page 70 and 71: 69Dessa forma, o entrevistador tem
- Page 72 and 73: 714 A LINGUAGEM RADIOFÔNICA: ANÁL
- Page 74 and 75: 73A audiência relevante 49 contrib
- Page 76 and 77: 75Intercalando com a trilha, o locu
- Page 78 and 79: 77Cabe registrar que em todas as ed
- Page 80 and 81: 79editados no estado do Rio Grande
- Page 82 and 83: 81transcrições das falas 56 dos l
- Page 84 and 85: 83informações do mundo. Trilha Lo
- Page 86 and 87: 85“Chuva de verão”(17/01/2009)
- Page 88 and 89: 87“O caso do Papagaio”:(03/01/2
- Page 90 and 91: 89Na edição de 03 de janeiro de 2
- Page 92 and 93:
91dialógico do enunciado, que não
- Page 94 and 95:
93permite aos locutores o “ver ma
- Page 96 and 97:
95interesse de muitos de querer gan
- Page 98 and 99:
97Conforme se destaca a relação a
- Page 100 and 101:
99analisados.Esse aspecto, sim, enc
- Page 102 and 103:
1015 CONSIDERAÇÕES FINAISEste est
- Page 104 and 105:
103Primeiramente avaliou-se que a l
- Page 106 and 107:
105REFERÊNCIASADLER, P.Richard; FI
- Page 108 and 109:
107FILHO, André Barbosa; PIOVESAN,
- Page 110 and 111:
109NEVES, José Luis. Pesquisa qual
- Page 112 and 113:
ANEXOS111
- Page 114 and 115:
113ANEXO B - GRADE DE PROGRAMAÇÃO
- Page 116 and 117:
115Antonio: Sim. Primeiro diretor d
- Page 118 and 119:
117Leonir: E a rádio funcionava l
- Page 120 and 121:
119Nataniel: A Rádio Maristela tem