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Modelo de Tese - Unisul

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66pois, ao tomar consciência das limitações necessárias, o homem percebe o profundosignificado <strong>de</strong> ir além: a recorrente criação <strong>de</strong> novas fronteiras.Na abordagem <strong>de</strong> Bhabha, ao se pensar a linguagem observa-se a constituição dos“entre-lugares” nas articulações <strong>de</strong> diferenças culturais fornecem subsídios para a “elaboração<strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> subjetivação – singular ou coletiva – que dão início a novos signos <strong>de</strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e postos inovadores <strong>de</strong> colaboração e contestação” (BHABHA, 2003, p. 20). Nesseviés, tem-se, pois, a exigência da criação do novo como ato insurgente <strong>de</strong> tradução cultural,em que esse “novo” não seja parte do continuum <strong>de</strong> passado e presente. É na linguagem quese po<strong>de</strong> observar essa (re)elaboração, enfim, “não apenas retoma o passado como causa socialou prece<strong>de</strong>nte estético; ela renova o passado, reconfigurando-o como um “entre-lugar”contingente, que inova e interrompe a atuação do presente. O “passado-presente” torna-separte da necessida<strong>de</strong>, e não da nostalgia, <strong>de</strong> viver” (BHABHA, 2003, p. 27).A linguagem traduz a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> étnica que reflete a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural. Estapassa a ser vista como uma forma <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> coletiva característica <strong>de</strong> um grupo social quepartilha as mesmas atitu<strong>de</strong>s e está apoiada num passado com um i<strong>de</strong>al coletivo projetado. Elase fixa como uma construção social estabelecida e faz os indivíduos se sentirem maispróximos e semelhantes.Logo, se por um lado, o processo <strong>de</strong> revalorização das particularida<strong>de</strong>s e doslocalismos culturais seria inegável no atual momento histórico social, por outro se enten<strong>de</strong>que a própria noção <strong>de</strong> fronteira dá-se pelas linhas da linguagem (verbal e não-verbal), quetraz consigo a idéia <strong>de</strong> que as lógicas culturais são caracterizadas por mudanças contínuas eausência <strong>de</strong> homogeneida<strong>de</strong>.Assim sendo, a cultura atua, em suas diversida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> linguagens, no território dasvidas cotidianas. Este não é apenas transversalizado por padrões culturais específicos, mas ospadrões culturais se particularizam através <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> interação. A cultura tambémrevela seu potencial para comunicação, a partir do qual dialoga não apenas com o homem,mas também com os vários sistemas culturais entre si.Ao pensar a linguagem como construtora e constructo da cultura, esta e seupotencial para comunicação, no âmbito <strong>de</strong>stas reflexões, propõem-se observar a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>cultural e as linguagens que a constroem e que <strong>de</strong>la advém.Neste sentido, volta-se o foco, por estar a Rádio Maristela localizada no município<strong>de</strong> Torres, ao estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, como ponto <strong>de</strong> referência para avaliar o diálogodos sistemas culturais: i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>/nacionalida<strong>de</strong>, mais especificamente o que se <strong>de</strong>nomina <strong>de</strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural ‘gaúcha’.

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