02.08.2016 Views

Nunca_fomos_humanos_-_nos_rastros_do_suj

Tomaz Tadeu da Silva

Tomaz Tadeu da Silva

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

para compreender essas questões. Vou esboçar, aqui,<br />

alguns <strong>do</strong>s significa<strong>do</strong>s que essa noção tem apresenta<strong>do</strong><br />

para os teóricos <strong>do</strong> cinema. Esta leitura seletiva<br />

começa com o “mo<strong>do</strong> de endereçamento” como um<br />

conceito que se refere a algo que está no texto <strong>do</strong><br />

filme e que, então, age, de alguma forma, sobre seus<br />

especta<strong>do</strong>res imagina<strong>do</strong>s ou reais, ou sobre ambos.<br />

Existe, depois, um momento, na lógica da teoria <strong>do</strong><br />

cinema, em que os teóricos <strong>do</strong> cinema começam a<br />

ver o mo<strong>do</strong> de endereçamento me<strong>nos</strong> como algo que<br />

está em um filme e mais como um evento que ocorre<br />

em algum lugar entre o social e o individual. Aqui, o<br />

evento <strong>do</strong> endereçamento ocorre, num espaço que é<br />

social, psíquico, ou ambos, entre o texto <strong>do</strong> filme e<br />

os usos que o especta<strong>do</strong>r faz dele. Essa mudança,<br />

que deixa de localizar o mo<strong>do</strong> de endereçamento no<br />

interior <strong>do</strong> texto de um filme e passa a compreendêlo<br />

como um evento, fará com que minha leitura seletiva<br />

da noção de mo<strong>do</strong> de endereçamento deixe a<br />

teoria <strong>do</strong> cinema e vá para a educação, para os estu<strong>do</strong>s<br />

culturais e para a psicanálise.<br />

Quem este filme pensa que você é?<br />

Os filmes, assim como as cartas, os livros, os<br />

comerciais de televisão, são feitos para alguém. Eles<br />

visam e imaginam determina<strong>do</strong>s públicos. Entretanto,<br />

os diretores de cinema, os roteiristas, os produtores<br />

e os proprietários de salas de cinema estão, com<br />

freqüência, distancia<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s especta<strong>do</strong>res “reais” ou<br />

“concretos”. As distâncias podem ser econômicas,<br />

temporais, sociais, geográficas, ideológicas, de gênero,<br />

de raça. Entre a redação <strong>do</strong> roteiro e a exibição,<br />

13

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!