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mutação no interior de uma sucessão de contextos<br />
permeáveis e cambiantes. Como um ponto de partida,<br />
poderíamos fazer uma incursão nas inúmeras<br />
disciplinas e perspectivas em que existe um sentimento<br />
crescente de desconforto e pressentimento a<br />
respeito da sorte <strong>do</strong> <strong>suj</strong>eito. De fato, pode-se já discernir<br />
o esboço de um motivo <strong>do</strong>minante – o <strong>suj</strong>eito<br />
como local de catástrofe, acompanha<strong>do</strong> por um<br />
consenso que se torna rapidamente ossificante: o<br />
dinamismo <strong>do</strong> <strong>suj</strong>eito finalmente se esgotou e está<br />
agora destina<strong>do</strong> a entrar em um processo de decadência<br />
terminal. Para muitos, há a convicção de que<br />
a catástrofe já ocorreu e de que estamos viven<strong>do</strong> em<br />
uma zona morta – ou em um perío<strong>do</strong> de espera –<br />
assombrada pela morte <strong>do</strong> <strong>suj</strong>eito. Daí a urgência<br />
teórica, política e ética da questão especulativa: quem<br />
vem depois <strong>do</strong> <strong>suj</strong>eito? (Topoi, 1988). Haverá um-<br />
Outro <strong>suj</strong>eito, um niilista suicida, uma comunidade,<br />
uma nova forma de esquizofrenia, um ciborgue,<br />
uma infestação maquínica, nada, algo inumano ou<br />
não-humano? Ou talvez devêssemos tentar reviver,<br />
ressuscitar ou rejuvenescer o <strong>suj</strong>eito a fim de dar-lhe<br />
uma sobrevida? Além disso: na medida em que a<br />
filosofia <strong>do</strong> <strong>suj</strong>eito foi sempre apenas um pseu<strong>do</strong>começo,<br />
um começo que esteve sempre e já em declínio,<br />
um começo que só serviu para dissimular,<br />
marginalizar e reprimir to<strong>do</strong>s aqueles “outros” <strong>do</strong>s<br />
quais derivou seu lugar e seu poder, muitos autores<br />
aceitaram e internalizaram jubilosa e prontamente a<br />
morte, a dispersão e a liquidação <strong>do</strong> <strong>suj</strong>eito: o <strong>suj</strong>eito,<br />
que horror! Muitos, entretanto, continuam incrédulos<br />
frente a essa hipérbole. E, contu<strong>do</strong>, caso se trate,<br />
de fato, <strong>do</strong> declínio terminal <strong>do</strong> <strong>suj</strong>eito, podemos