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introduziram <strong>do</strong>bras profundas no corpo, o la<strong>do</strong> de<br />
dentro <strong>do</strong> la<strong>do</strong> de fora, o la<strong>do</strong> de dentro como uma<br />
operação <strong>do</strong> la<strong>do</strong> de fora, como sugere Deleuze em<br />
sua discussão da arqueologia que Foucault faz <strong>do</strong><br />
olhar clínico. Ou, de novo, em relação às técnicas<br />
éticas introduzidas pelos gregos, essas devem ser<br />
entendidas “no senti<strong>do</strong> de que a relação consigo adquire<br />
independência. É como se as relações <strong>do</strong> la<strong>do</strong><br />
de fora se <strong>do</strong>brassem, se curvassem para formar um<br />
forro e deixar surgir uma relação consigo, constituir<br />
um la<strong>do</strong> de dentro que se escava e desenvolve segun<strong>do</strong><br />
uma dimensão própria” (DELEUZE, 1991, p. 107).<br />
Uma vez que essa nova dimensão tenha si<strong>do</strong> estabelecida,<br />
o <strong>suj</strong>eito é agencia<strong>do</strong>/monta<strong>do</strong> de novas formas,<br />
em termos de um problema de “auto<strong>do</strong>mínio”,<br />
fazen<strong>do</strong> com que incida sobre si mesmo – aquele la<strong>do</strong><br />
de dentro atuan<strong>do</strong> sobre si mesmo – o poder que<br />
fazemos incidir sobre outros. Nesse mesmo processo,<br />
o poder que se faz incidir sobre os outros é reconfigura<strong>do</strong><br />
como uma relação de poder entre o la<strong>do</strong> de<br />
dentro da gente e o la<strong>do</strong> de dentro <strong>do</strong> outro.<br />
Esse la<strong>do</strong> de dentro singulariza<strong>do</strong> e <strong>do</strong>bra<strong>do</strong> é,<br />
assim, inevitavelmente estabiliza<strong>do</strong>, não em relação<br />
a um <strong>do</strong>mínio de processos psicológicos, mas em<br />
relação a uma configuração de forças, corpos, edifícios<br />
e técnicas que o mantêm no lugar. Para os gregos,<br />
isso compreendia to<strong>do</strong> o aparato de formação<br />
ética estabeleci<strong>do</strong> na cidade, as relações de família,<br />
os tribunais, os jogos de poder e de lazer e as relações<br />
eróticas por meio <strong>do</strong>s quais aqueles varões que<br />
exerciam o poder eram agencia<strong>do</strong>s. “Eis o que fizeram<br />
os gregos: <strong>do</strong>braram a força, sem que ela deixasse<br />
de ser força. Eles a relacionaram consigo<br />
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