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inventada para a interação terapêutica com o <strong>suj</strong>eito<br />
humano, uma gama de locais para cura, reforma,<br />
conselho e orientação tem si<strong>do</strong> transformada de acor<strong>do</strong><br />
com o “efeito psi”.<br />
Sobre que coisas há ação? Que linhas, forças,<br />
superfícies ou fluxos de ser humano são captura<strong>do</strong>s<br />
nessas máquinas? Desejos? Sim: sem dúvida um <strong>do</strong>s<br />
vetores de <strong>nos</strong>sa relação contemporânea co<strong>nos</strong>co<br />
mesmos passa através <strong>do</strong>s fluxos de pulsões, fantasias,<br />
repressões, projeções, identificações e <strong>do</strong>s impulsos<br />
de fala e conduta que são estabeleci<strong>do</strong>s no<br />
interior dessa ontologia desejante. Mas, como sugeri,<br />
seria sensato evitar construir alguma metafísica <strong>do</strong><br />
desejo, ou ao me<strong>nos</strong> deixar esse projeto para <strong>nos</strong>sos<br />
filósofos. Para o genealogista, o desejo é apenas um<br />
<strong>do</strong>s vetores da maquinação psicológica contemporânea<br />
<strong>do</strong> ser humano, de <strong>nos</strong>so atual “efeito psi”. Poderíamos<br />
também querer enfatizar os vetores que<br />
fluem em torno da superficialidade <strong>do</strong> próprio “comportamento”<br />
– as pedagogias das habilidades sociais<br />
e <strong>do</strong> estilo-de-vida e todas as tecnologias comportamentais<br />
que elas fizeram surgir. Talvez igualmente<br />
importantes no interior das novas obrigações éticas<br />
de realização pessoal seja a nova relação <strong>do</strong> eupara-com-o-eu<br />
exemplificada pela noção de autoestima:<br />
“uma inovação que transforma a relação<br />
de si para consigo em uma relação que é governável”<br />
(CRUIKSHANK, 1993), no curso da qual toda<br />
uma procissão de técnicas psi tem si<strong>do</strong> desenvolvida<br />
– induzin<strong>do</strong> um novo vocabulário de auto-respeito,<br />
exercícios envolven<strong>do</strong> a narrativização da vida<br />
da pessoa em uma variedade de cenários terapêuticos,<br />
pedagógicos ou íntimos. Além disso, apesar<br />
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