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Nunca_fomos_humanos_-_nos_rastros_do_suj

Tomaz Tadeu da Silva

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apenas esperar que no rastro deixa<strong>do</strong> pelo <strong>suj</strong>eito,<br />

algo mais desejável possa finalmente ter a chance de<br />

ocorrer: lance de da<strong>do</strong>s.<br />

Ao considerar a sorte <strong>do</strong> <strong>suj</strong>eito, o discurso <strong>do</strong>minante<br />

tem si<strong>do</strong> um discurso de catástrofe e exaustão,<br />

um discurso que se tornou associa<strong>do</strong>, em geral,<br />

com o advento <strong>do</strong> pós-estruturalismo e <strong>do</strong> pósmodernismo<br />

e, em particular, com a obra de Louis<br />

Althusser, Jean Baudrillard, Gilles Deleuze, Jacques<br />

Derrida, Michel Foucault, Jacques Lacan e Jean-<br />

François Lyotard (DEWS, 1987; HARLAND, 1987;<br />

LAWSON, 1985; MEGILL, 1985). Alguns poucos tentam<br />

deleitar-se com o que eles percebem como sen<strong>do</strong><br />

as conseqüências apocalípticas de uma forma<br />

virulenta de anti-humanismo (KROKER E COOK,<br />

1988; LAND, 1992). Muitos mais se envolvem em<br />

uma <strong>nos</strong>talgia e em uma lamentação por aquilo que<br />

foi perdi<strong>do</strong>, com freqüência entregan<strong>do</strong>-se a uma<br />

busca heróica pela restituição <strong>do</strong> <strong>suj</strong>eito por meio<br />

da sua re-alocação, da sua reabilitação e da sua reconstrução<br />

(ROSEN, 1987; SOPER, 1986). Finalmente,<br />

tem havi<strong>do</strong> uma série de tentativas de literalmente<br />

corporificar o <strong>suj</strong>eito, seja por meio da introdução<br />

de uma série de substitutos que tomariam o lugar<br />

<strong>do</strong> <strong>suj</strong>eito ou então por meio de um enquadramento<br />

desse etéreo termo em uma variedade de partes<br />

corporais: pele, rosto, órgãos genitais, mãos, olhos,<br />

pés. No rastro deixa<strong>do</strong> pelo <strong>suj</strong>eito, tornou-se outra<br />

vez possível situar corpos <strong>huma<strong>nos</strong></strong> que vivem e que<br />

respiram (NICHOLSON, 1990). Em suma,<br />

o corpo não é mais o obstáculo que separa o pensamento<br />

de si próprio, aquilo que tem que ser<br />

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