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fim autodestruiriam e levariam a um apagamento<br />
<strong>do</strong> corpo em um abismo fractal. Como observou<br />
Bor<strong>do</strong> (1990, p. 145): “a apreciação da diferença<br />
exige o reconhecimento de algum limite para a dança,<br />
além <strong>do</strong> qual a dançarina não pode ir”. E, contu<strong>do</strong>,<br />
um limite à fragmentação é precisamente o que,<br />
da perspectiva da filosofia vampírica <strong>do</strong> <strong>suj</strong>eito, está<br />
faltan<strong>do</strong>: o ser ou se desvia para o Nada ou então cai<br />
em um devir-imperceptível; enquanto a fragmentação<br />
ou acelera-se em uma liquefação ou então se transforma<br />
em uma fractalização (DOEL, 1993). Daí a<br />
insistência de Rose (1993, p. 79) de que “a crítica<br />
deve estabilizar, mas de forma contingente, deve tornar<br />
os fechamentos arbitrários, apoiar um essencialismo<br />
estratégico, fazer gestos provisórios”, a fim de lidar<br />
com as “as questões (históricas, sociais): a verdade<br />
de quem?; a natureza de quem?; a versão da razão de<br />
quem?; a história de quem?; a tradição de quem?”<br />
(BORDO, 1990, p. 137). Não obstante, podemos apenas<br />
fingir a habilidade de localizar e identificar quem<br />
vem na esteira <strong>do</strong> <strong>suj</strong>eito universal e abstrato, mesmo<br />
que essa linha de questionamento necessariamente<br />
inaugure um retorno <strong>do</strong> reprimi<strong>do</strong> na medida em<br />
que o mesmo imperativo é sempre interpola<strong>do</strong> no<br />
fluxo de eventos: <strong>suj</strong>eito há. Fica para<strong>do</strong> lá – quem<br />
vem lá? De uma vez por todas, estamos de volta ao<br />
duplo nó da universalização e da individuação e da<br />
hipertelia <strong>do</strong> <strong>suj</strong>eito vampírico.<br />
Como começamos a ver, a fragmentação, a multiplicação<br />
e a corporificação não serão suficientes<br />
para permitir uma fuga da tirania da filosofia vampírica<br />
<strong>do</strong> <strong>suj</strong>eito. A hipertelia <strong>do</strong> <strong>suj</strong>eito é exemplificada<br />
e assegurada por meio <strong>do</strong> tartamudeio e da