Revista Elas por elas 2015
A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.
A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
109<br />
nhum poder transformador, as próprias<br />
professoras e professores com suas<br />
próprias demandas, dúvidas, necessidades...<br />
penso que a carga de responsabilidade<br />
da escola <strong>por</strong> promover mudanças<br />
também precisa ser diminuída.<br />
Entendo a educação como algo maior<br />
que apenas a escolarização e as revistas<br />
como espaço educativo, assim como<br />
tantos outros como: igrejas, clubes, televisão,<br />
movimentos sociais, sindicatos,<br />
etc...”, acrescenta.<br />
Perda do cabelo<br />
O cabelo faz parte da nossa identidade<br />
e reflete, <strong>por</strong>tanto, nossas transformações<br />
internas. Assim, se estamos<br />
com problemas hormonais, emocionais<br />
ou de outra ordem, muitas vezes, o<br />
cabelo denuncia, podendo ficar mais<br />
seco, rebelde ou até sofrer quedas − o<br />
que causa, ainda, maior desconforto<br />
nas mulheres.<br />
De acordo com a psicóloga Ada<br />
Ferreira, perder o cabelo interfere na<br />
autoestima. Segundo ela, muitas mulheres<br />
podem desistir dos contatos so-<br />
ciais, familiares, profissionais ao enfrentarem<br />
as mudanças com a perda<br />
parcial ou total de cabelo ocasionada<br />
pela idade, <strong>por</strong> hereditariedade, <strong>por</strong><br />
um tratamento de saúde ou mesmo <strong>por</strong><br />
um tratamento de beleza”, afirma.<br />
A reação de cada mulher vai depender<br />
do que ela está vivendo e de<br />
como consegue enfrentar sua realidade.<br />
“Já atendi pacientes que estavam no<br />
pré-operatório de uma cirurgia neurológica<br />
e sofriam muito <strong>por</strong> pensar<br />
na possibilidade de acordar após a cirurgia<br />
e não ter mais o cabelo. Outras,<br />
<strong>por</strong> saberem da mudança, se preparam<br />
antes, cortando o cabelo bem curto ou<br />
até mesmo raspando a cabeça”, conta<br />
Ada Ferreira, que considera normal<br />
esse sofrimento.<br />
“Vivemos numa sociedade que cultua<br />
o cabelo como algo im<strong>por</strong>tante; a indústria<br />
de cosméticos lança a cada dia<br />
novos produtos e nós, consumidores,<br />
queremos estar na moda. Então, perder<br />
os cabelos é sinal também de impotência,<br />
ainda mais se a perda for ocasionada<br />
<strong>por</strong> um tratamento de saúde.<br />
Para enfrentar este problema, a mulher<br />
precisa trabalhar sua autoestima, buscando<br />
um su<strong>por</strong>te psicoterápico, lidando<br />
com as questões emocionais que podem<br />
surgir e conversando também com as<br />
pessoas que estão mais próximas. Claro<br />
que cada mulher vai enfrentar sua mudança<br />
de uma forma, não é possível<br />
esperar que todas enfrentem da mesma<br />
maneira. Mas, estar aberta para falar<br />
dos medos, angústias, anseios já é um<br />
caminho para o enfrentamento e a<br />
aceitação”, avalia.<br />
Foi o que fez S.M, de 43 anos, ao<br />
longo de um tratamento de quatro<br />
anos, à espera de uma transfusão de<br />
medula, feita recentemente, com sucesso.<br />
Segundo ela, foram várias as experiências<br />
vivenciadas, incluindo a queda<br />
de cabelo <strong>por</strong> duas vezes. “Raspei o cabelo<br />
antes que ele começasse a cair,<br />
pois é horrível a sensação. Tive momentos<br />
de não querer aparecer em público,<br />
outros de curtir o uso de chapéu,<br />
lenços variados e até andar com a<br />
careca de fora. Tudo dependia do meu<br />
humor no dia. Não foi fácil e posso<br />
dizer que além de buscar fortalecer a<br />
espiritualidade e a alimentação, a psicoterapia<br />
foi fundamental para me dar<br />
um su<strong>por</strong>te nesta fase,” conta.<br />
“Raspei o cabelo<br />
antes que ele<br />
começasse a cair,<br />
pois é horrível a<br />
sensação”<br />
LUCIANA CAPIBERIBE<br />
Rosinete Rodrigues, Maria do Socorro, Deputada Janete Capiberibe e Tereza<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Elas</strong> <strong>por</strong> <strong>Elas</strong> - Abril <strong>2015</strong>