Revista Elas por elas 2015
A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.
A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.
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<strong>Elas</strong> <strong>por</strong> <strong>Elas</strong> - 20 anos após a<br />
histórica 4º Conferência Mundial de<br />
Mulheres, em Pequim, quais os avanços<br />
e desafios para a igualdade de<br />
gênero e empoderamento das mulheres<br />
no mundo e no Brasil?<br />
É possível identificar um progresso<br />
significante nas diferentes áreas de<br />
preocupação da Plataforma de Pequim,<br />
<strong>por</strong>ém ainda não é suficiente. Ainda<br />
há muitos desafios a serem superados<br />
para conquistar a igualdade política,<br />
econômica e social de gênero. A Plataforma<br />
de Pequim permanece muito<br />
atual no sentido de orientar os governos<br />
e as sociedades a conquistar a<br />
igualdade substantiva e eliminar a discriminação<br />
contra mulheres e meninas.<br />
Mas, infelizmente, nenhum país<br />
atingiu esse objetivo até hoje. As mulheres<br />
ainda ganham salários menores<br />
que os dos homens de mesma idade e<br />
nível de instrução e estão mais propensas<br />
a empregos de baixa qualidade.<br />
No mundo, um terço das mulheres já<br />
sofreu violência física ou sexual e 800<br />
mulheres morrem <strong>por</strong> dia durante o<br />
parto devido à falta de assistência médica<br />
adequada ou <strong>por</strong>que não têm direitos<br />
reprodutivos garantidos.<br />
Das doze áreas temáticas que<br />
foram abordadas na Plataforma de<br />
Ação de Pequim (Mulheres e pobreza;<br />
Educação e Capacitação de Mulheres;<br />
Mulheres e Saúde; Violência<br />
contra a Mulher; Mulheres e Conflitos<br />
Armados; Mulheres e Economia;<br />
Mulheres no Poder e na liderança;<br />
Mecanismos institucionais para o<br />
Avanço das Mulheres; Direitos Humanos<br />
das Mulheres; Mulheres e a<br />
Mídia; Mulheres e Meio Ambiente e<br />
Direitos das Meninas) quais mais<br />
precisam avançar?<br />
Nós temos um desafio urgente de<br />
construir mecanismos institucionais<br />
para assegurar que homens e mulheres<br />
sejam igualmente representados na política<br />
e na tomada de decisões, nos<br />
níveis global, regional e nacional, nos<br />
setores público e privado. A economia<br />
também é uma área de profundas desigualdades.<br />
As mulheres ainda encontram<br />
maiores dificuldades que os homens<br />
para conseguir empregos. Além<br />
disso, no mundo todo, mulheres ganham<br />
um salário de 10 a 30% menor<br />
que homens com a mesma idade e<br />
nível de instrução, o que reflete que a<br />
contribuição das mulheres para a economia<br />
é subestimada. Por exemplo:<br />
quando empregadas, as mulheres apresentam<br />
maior tendência de investir em<br />
suas famílias e comunidades. Esses esforços<br />
reduzem a fome, a pobreza e a<br />
desnutrição.<br />
Além de tudo, milhões de mulheres<br />
correm o risco de contrair doenças sexualmente<br />
transmissíveis e gravidez indesejada<br />
devido aos escassos serviços<br />
de saúde sexual e reprodutiva bem<br />
como políticas de contracepção inadequadas.<br />
Mas a violência contra as mulheres<br />
talvez seja a área de maior preocupação.<br />
Muitos países não têm políticas<br />
públicas que incentivam a mudança de<br />
SÉRGIO ALMEIDA<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Elas</strong> <strong>por</strong> <strong>Elas</strong> - Abril <strong>2015</strong>