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Revista Elas por elas 2015

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

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Anita (foto) é um bom exemplo, depois<br />

de décadas em situação de rua,<br />

conseguiu superar os desafios. Hoje,<br />

faz parte do Movimento Nacional da<br />

População em situação de Rua e ajuda<br />

outras pessoas com sua história de superação.<br />

Ela conta que na rua se tornou<br />

invisível, entrou no mundo das<br />

drogas, sofreu com a violência de um<br />

companheiro, foi separada de seus filhos,<br />

caiu no rio Arrudas e quase morreu,<br />

passou <strong>por</strong> todo tipo de<br />

humilhação. “As pessoas passam e<br />

nem te percebem. É como se você<br />

fosse um objeto jogado ali na calçada.<br />

É uma dor tão profunda que não tenho<br />

palavras para expressá-la. Quantas<br />

vezes recebi cantadas. Então eu dizia:<br />

- Você pode me levar para a sua casa<br />

para eu lavar minha roupa, tomar<br />

banho... A resposta era sempre não!<br />

Aprendi uma lição nessa caminhada.<br />

Você pode descer do topo para o<br />

fundo do poço, em uma fração de segundos.<br />

Hoje, tenho minha casa, meus<br />

lindos filhos estão comigo, mantenho<br />

um relacionamento há 20 anos com<br />

um ex-morador de rua. Recuperei a relação<br />

com meu pai e sei que ele sente<br />

orgulho de mim. Entro na casa do governador,<br />

no Palácio do Planalto. Sou<br />

uma vitoriosa. Construímos uma nova<br />

história, bem mais bonita e feliz”, sintetiza<br />

Anita.<br />

“As pessoas passam<br />

e nem te percebem.<br />

É como se você fosse<br />

um objeto jogado<br />

ali na calçada”.<br />

Políticas públicas<br />

Egídia Maria de Almeida Aiexe é advogada<br />

e atua em uma série de organizações<br />

que defendem os Direitos Humanos.<br />

O Fórum de População de Rua<br />

e o Comitê Municipal de Acompanhamento<br />

e Monitoramento da População<br />

de Rua são algumas d<strong>elas</strong>. De acordo<br />

com ela, a temática das mulheres demorou<br />

a ganhar espaço nos fóruns de<br />

discussão sobre essa parcela da população<br />

de Belo Horizonte. “Não tem sido<br />

pensada uma política para esse público.<br />

Como os números apontam para uma<br />

maioria de homens, os projetos de abrigamento,<br />

<strong>por</strong> exemplo, não são realizados<br />

para receber mulheres. Então,<br />

uma primeira questão seria criar unidades<br />

de atendimento para mulheres solteiras<br />

e casais também, ampliando esse setor.<br />

Só existem dois abrigos na cidade para<br />

<strong>elas</strong>”, complementa.<br />

A promoção de ações de assistência<br />

específicas é um outro ponto colocado<br />

pela advogada. “No abrigo <strong>elas</strong><br />

apenas dormem, é necessário criar repúblicas<br />

onde possam morar. Temos<br />

apenas a república Maria Maria que<br />

foi criada para recebê-las, mas a sua<br />

capacidade é muito reduzida. <strong>Elas</strong><br />

estão em uma zona de extrema vulnerabilidade,<br />

frisa Egídia.<br />

Drogas<br />

Uma questão muito discutida sobre<br />

os moradores de rua é o consumo de<br />

drogas. A advogada e militante Egídia<br />

Aiexe destaca, contudo, que o álcool é<br />

predominante, mas antes de qualquer<br />

droga está o conflito familiar. “Geralmente,<br />

esses rompimentos afetivos estão<br />

na raiz de muitos problemas. Em<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Elas</strong> <strong>por</strong> <strong>Elas</strong> - Abril <strong>2015</strong>

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