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Revista Elas por elas 2015

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

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causa da liderança feminista que Rose<br />

havia se tornado, proibiram seus livros<br />

classificando-os como <strong>por</strong>nográficos,<br />

embora estivessem maciçamente sendo<br />

adotados em escolas e universidades<br />

brasileiras. “Falar de mulher naquele<br />

período era difícil. A gente falava baixinho”,<br />

conta Hildete.<br />

ARQUIVO PESSOAL<br />

Afastada da Igreja<br />

Junto de Boff, Rose colaborou para<br />

o surgimento de outro dos mais im<strong>por</strong>tantes<br />

movimentos sociais do século<br />

XX: a Teologia da Libertação. Por essa<br />

atuação libertária e pela publicação,<br />

<strong>por</strong> Rose, do livro Por uma erótica<br />

cristã, ela foi afastada da Editora Vozes<br />

em dezembro de 1986, junto com o<br />

teólogo. “Esses movimentos nasceram<br />

com o objetivo fundamental de promover<br />

a equidade de gênero, a liberdade<br />

de expressão e a democratização. Apesar<br />

de termos sido excomungados da<br />

Igreja Católica, e de termos nossos livros<br />

proibidos durante o regime militar,<br />

seguimos trabalhando incansavelmente<br />

com esses movimentos e seus conceitos<br />

até os dias atuais” relatou Rose em<br />

seu memorial.<br />

“Mesmo com sua formação religiosa,<br />

ela irradiava essa perspectiva de libertação<br />

da mulher, até mesmo na questão<br />

da sexualidade, de não suprimir os próprios<br />

desejos. Ela acreditava no amor<br />

sem amarras”, destacou Hildete Pereira.<br />

“Seu maior legado foi promover a reflexão<br />

sobre a condição feminina e a<br />

sociedade patriarcal, que oprime mulheres<br />

em todo o mundo”, completou.<br />

Em 1985, Rose foi membro fundador<br />

do Conselho Nacional dos Direitos<br />

da Mulher, órgão ligado ao governo<br />

federal, que conseguiu inserir na Constituição<br />

de 1988 alguns dos itens mais<br />

progressistas em âmbito internacional<br />

sobre a condição da mulher. Em 2003,<br />

voltou ao Conselho, nomeada pela<br />

Presidência da República, <strong>por</strong> notório<br />

saber em matéria de gênero.<br />

Valores femininos<br />

Em 1983, publicou A Sexualidade<br />

da Mulher Brasileira: corpo e classe<br />

social no Brasil; em 1990, Os seis<br />

meses em que fui homem e, em 1992,<br />

A Mulher no Terceiro Milênio. Em<br />

1999, publicou ainda Memórias de<br />

Uma Mulher Impossível, sua autobiografia.<br />

Em 2002, trabalhando novamente<br />

em parceria com Leonardo Boff,<br />

publicou Masculino/Feminino: uma<br />

nova consciência para o encontro das<br />

diferenças. Em 2010, teve seu último<br />

livro publicado: Reinventando o Capital/Dinheiro,<br />

que trazia uma visão feminina<br />

para uma nova forma de economia<br />

solidária.<br />

“Ao contrário dos países desenvolvidos,<br />

onde o movimento feminista só<br />

tratava de gênero, o Brasil lutou e precisa<br />

continuar lutando pelos três pilares<br />

da opressão de homens e mulheres:<br />

classe social, gênero e etnia. O feminino<br />

ultrapassa a mulher assim como o masculino<br />

também ultrapassa o homem.<br />

Daí a possibilidade de se construir através<br />

dos tempos, diversos femininos e<br />

diversos masculinos. Mas, na minha<br />

opinião, devido a experiência de gerar<br />

e manter a vida humana vivida pela<br />

mulher, acho que o mundo deveria caminhar<br />

para esses valores ditos “femininos”,<br />

como o cuidado, o altruísmo,<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Elas</strong> <strong>por</strong> <strong>Elas</strong> - Abril <strong>2015</strong>

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