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Revista Elas por elas 2015

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

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118<br />

de quatro peças de teatro e de 12 letras<br />

para marchas de Carnaval.<br />

Raffaela Andréa Fernandez desenvolve<br />

uma pesquisa de doutorado na<br />

Unicamp com base nos manuscritos de<br />

Carolina. Segundo ela, a história da<br />

autora representa milhares de mulheres<br />

negras, faveladas, mães solteiras, que<br />

ainda encontram poesia no dia a dia.<br />

Em entrevista concedida à revista Caros<br />

Amigos (nº 206-2014) ela avalia que<br />

Carolina de Jesus revela uma outra história,<br />

‘a história menor’ que precisa<br />

ouvida. “Os problemas sociais delineados<br />

<strong>por</strong> Carolina estão na sua temática, na<br />

materialidade do papel escrito de seus<br />

cadernos reutilizados, encardidos, tirados<br />

das latas de lixo, a escrita ‘deficiente’<br />

que não corresponde aos intentos da<br />

gramática institucional de uma sociedade<br />

que não lhe deu a o<strong>por</strong>tunidade de<br />

avançar e, mesmo com todas essas defasagens,<br />

essa grande autora nos mostra<br />

que aquele que se inquieta diante das<br />

‘atrocidades sociais’ jamais se manterá<br />

calado”, afirma.<br />

A pesquisadora em literatura, Estela<br />

Santos, faz uma crítica sobre a escritora,<br />

em artigo publicado no blog Homo Literatus<br />

(www.homoliteratus.com). “Alguns<br />

escritores já escreveram sobre o<br />

cotidiano miserável das fav<strong>elas</strong>, mas a<br />

grande maioria o fez de uma perspectiva<br />

de fora, isto é, sem viver, de fato em<br />

uma favela. Em Quarto de Despejo temos<br />

uma perspectiva diferente: quem<br />

escreve é alguém que viveu na favela: a<br />

perspectiva é de Carolina Maria de<br />

Jesus, moradora da, agora, antiga favela<br />

do Canindé de São Paulo, uma catadora<br />

de papel e de outras sucatas, uma<br />

mulher negra, pobre, mãe, escritora e<br />

favelada”.<br />

Segundo ela, “o diário de Carolina é<br />

uma espécie de literatura-verdade, que<br />

Manuscritos inéditos da escritora encontram-se na<br />

Biblioteca Naciona, no Rio de Janeiro.<br />

relata a cruel e triste vida na favela. Sua<br />

linguagem é, ao mesmo tempo, simples<br />

e rebuscada: simples pela forma que escreveu<br />

algumas palavras, aproximandose<br />

da linguagem oral (como ‘iducada’) e<br />

rebuscada p<strong>elas</strong> palavras altamente cultas<br />

que utiliza (como ‘funestas’). Seu diário<br />

comove leitores devido a sensibilidade<br />

como conta os acontecimentos durante<br />

os anos que morou em Canindé. Percebemos<br />

que tudo que é narrado, Carolina<br />

sentiu, viu, vivenciou”.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Elas</strong> <strong>por</strong> <strong>Elas</strong> - Abril <strong>2015</strong>

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