Revista Elas por elas 2015
A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.
A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.
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pertencem. Nesses núcleos, os homens<br />
consultam suas mulheres e <strong>elas</strong> possuem<br />
um papel im<strong>por</strong>tante na tomada de<br />
decisões. “Em outras circunstâncias<br />
<strong>elas</strong> são excluídas desse processo. Existem<br />
também casos de violência familiar.<br />
As ciganas não estão isentas dessas<br />
ocorrências”, conta Lucimara. Outro<br />
problema mencionado é o analfabetismo<br />
acentuado entre crianças e jovens. “As<br />
mulheres estão no centro dessa situação.<br />
Temos meninas lindas que não sabem<br />
ler nem escrever o próprio nome. Contudo,<br />
as escolas devem estar preparadas<br />
para receber a diversidade da nossa<br />
cultura. Além disso, é preciso incluir o<br />
ponto de vista dos ciganos nos livros<br />
didáticos”, frisa.<br />
Segundo ela, no caso dos casamentos,<br />
algumas famílias permitem<br />
que as jovens se casem após os 18<br />
anos. Eles têm entendimento que as<br />
questões biológicas e emocionais podem<br />
interferir no desenvolvimento dessas<br />
garotas. Lucimara enfoca que a cultura<br />
cigana tem muitos contextos e, em todos<br />
eles, a mulher tem um papel<br />
central, cita o exemplo de um acampamento<br />
em Joinville, Santa Catarina,<br />
onde <strong>elas</strong> estão mudando o modo de<br />
vida. São cinco irmãs que ficaram<br />
viúvas e não querem mais obedecer às<br />
ordens dos homens. Tornaram-se líderes<br />
do acampamento.<br />
É im<strong>por</strong>tante compreender que dentro<br />
de um país multicultural como o<br />
Brasil, as mulheres ciganas fazem parte<br />
do imaginário social e, mais do que<br />
isso, auxiliam na construção da identidade<br />
do povo brasileiro. Portanto, lutar<br />
contra o preconceito e a discriminação<br />
étnica é também um ato de contribuição<br />
<strong>por</strong> uma sociedade que respeita a sua<br />
história e os atores que ajudaram a<br />
construí-la.ø<br />
LAIS RODRIGUES<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Elas</strong> <strong>por</strong> <strong>Elas</strong> - Abril <strong>2015</strong>