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Revista Elas por elas 2015

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

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ções, Eva responde com serenidade:<br />

“Aqui em casa, nós cultivamos valores<br />

como respeito, afetividade, diálogo,<br />

colaboração, espiritualidade. Resolvemos<br />

os conflitos conversando. Embora<br />

haja as diferenças, há um somatório<br />

de aprendizado”.<br />

Seu conceito de família é muito<br />

mais amplo do que vivem atualmente<br />

as famílias tradicionais, ligadas <strong>por</strong> relações<br />

sanguíneas de parentesco. Vendo<br />

a realidade de Eva, é possível perceber<br />

que, para ela, família é quem vive<br />

junto, buscando o apoio mútuo para<br />

superar as adversidades. “Família é<br />

toda a força que a gente precisa. É o<br />

apoio que as pessoas necessitam para<br />

enfrentar a vida com mais segurança”.<br />

Casa cheia de afeto<br />

Os filhos contam, com alegria, que<br />

a casa fica ainda mais cheia, quando é<br />

aniversário de alguém, ou em datas<br />

festivas como o Natal. “Vem muita<br />

gente que já passou <strong>por</strong> aqui, e que<br />

mora longe”. Um deles relata que as<br />

viagens anuais da família à praia são<br />

sempre uma festa. “Quando o ônibus<br />

chega com aquele tanto de gente, o<br />

pessoal pensa que é excursão, mas<br />

não, é uma família em férias”.<br />

Para acolher e cuidar de tanta pessoas,<br />

Eva sempre contou com a ajuda<br />

de inúmeros amigos que constantemente<br />

traziam doações e colaboravam<br />

de diferentes maneiras. Ela ressalta<br />

que nunca teve apoio de órgãos governamentais,<br />

<strong>por</strong>que não quis institucionalizar<br />

o que fazia. Sempre fez com<br />

o coração, sem outras intenções.<br />

Atualmente, a residência grande e<br />

modesta abriga 33 pessoas em 5 quartos<br />

femininos e 6 quartos masculinos.<br />

O mais novo da casa é um neto de 5<br />

anos. A obra, que não havia sido terminada,<br />

foi doada à família no ano<br />

2000 <strong>por</strong> uma associação que viu na<br />

atuação de Eva o merecimento e a necessidade<br />

de espaço para tanta gente<br />

e afeto. No entanto, foi preciso muito<br />

trabalho da família e de amigos para<br />

colocá-la em condições de ser habitada.<br />

Movida pela esperança e pelo desejo<br />

de um futuro melhor para seus filhos,<br />

como toda mãe, Eva vislumbra novos<br />

tempos em uma moradia ainda melhor.<br />

Filhos contam<br />

a diferença que<br />

Eva fez em<br />

suas vidas<br />

Sônia Maria da Silva, 51 anos,<br />

mora na casa de Eva há mais de 1<br />

ano, onde diz ter começado sua vida<br />

novamente. “Eu era alcoólatra. Vivi<br />

nas ruas <strong>por</strong> 26 anos. Depois trabalhei<br />

em casa de família. O álcool só me<br />

trouxe destruição. Já não estou mais<br />

fazendo uso dele. Aqui eu achei o meu<br />

lugar. Tenho carinho de mãe e pai.<br />

Eles cuidam de mim, e eu cuido deles.<br />

Passo boa parte das roupas da casa,<br />

principalmente dos especiais. Acho<br />

que minha velhice vai ser aqui”.<br />

Outra história que ilustra a grandeza<br />

das ações de Eva é a de seu sobrinho<br />

biológico e “filho”, Israel Williano Marcelo<br />

da Silva, de 27 anos. Sua mãe,<br />

irmã de Eva, morou na casa <strong>por</strong> alguns<br />

anos criando seus filhos e ajudando a<br />

criar as demais crianças. Há alguns<br />

anos mudou-se para o interior. Ele<br />

ARQUIVO PESSOAL<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Elas</strong> <strong>por</strong> <strong>Elas</strong> - Abril <strong>2015</strong>

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