Revista Elas por elas 2015
A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.
A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.
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das mulheres na política. Na sua avaliação,<br />
boa parte das mulheres desconhece<br />
o funcionamento dos diferentes<br />
sistemas eleitorais e as diversas maneiras<br />
desenvolvidas para organização da participação<br />
política no mundo. “O poder<br />
é um domínio ainda ocupado hegemonicamente<br />
<strong>por</strong> homens e essa condição<br />
cria dificuldades para a disputa<br />
feminina no processo. As mulheres<br />
são tratadas como coadjuvantes: coordenam<br />
as campanhas dos homens,<br />
mobilizam, escrevem seus materiais de<br />
divulgação, mas quando resolvem participar<br />
como candidatas, dificilmente<br />
têm apoio efetivo, com garantia de<br />
tempo de TV, com financiamento necessário,<br />
com a presença de quadros<br />
militantes com experiência para coordenar<br />
e acompanhar suas candidaturas.<br />
São poucas as que podem contar com<br />
uma estrutura básica para sustentar<br />
sua experiência de disputa e assim fortalecer<br />
sua atuação política de modo a<br />
construir as bases para uma futura eleição”,<br />
ressalta.<br />
Desde 2009, Renata Rosa coordena<br />
a Secretaria Estadual sobre a questão<br />
da Mulher do PCdoB, em Minas Gerais,<br />
e garante que “não é fácil organizar<br />
essa luta, diante do abismo político<br />
que naturaliza a sub-representação política<br />
feminina e a dicotomia entre os<br />
espaços públicos e privados para a<br />
vida das mulheres, sem questionar suas<br />
triplas jornadas de trabalho, o tempo<br />
colossal gasto com o cuidado e manutenção<br />
de seus lares, tantas vezes marcado<br />
pela violência. Trabalho não remunerado<br />
que sustenta e garante as<br />
bases do sistema capitalista e da atuação<br />
dos homens na sociedade, com suas<br />
roupas limpas e passadas, com sua alimentação<br />
garantida, com seus lares<br />
administrados e seus filhos criados”.<br />
Portanto, segundo a historiadora, o<br />
debate sobre Reforma Política precisa<br />
ser pensado sob o ponto de vista do<br />
fortalecimento das mulheres neste processo.<br />
“Reforma é uma palavra ampla<br />
e pode nos jogar em uma armadilha.<br />
Não desejamos qualquer Reforma, mas<br />
uma reforma política que leve em consideração<br />
o cotidiano feminino nas cidades<br />
e pressuponha condições reais<br />
de igualdade na disputa política. Desejamos<br />
uma reforma política que elimine<br />
a influência do poder econômico nas<br />
eleições”, defende.<br />
REFORMA POLÍTICA<br />
DEMOCRÁTICA<br />
Caminho para aumentar<br />
a representação feminina<br />
Alterar a desigualdade de gênero<br />
na política é uma das propostas da<br />
Coalizão Democrática para a Reforma<br />
Política e Eleições Limpas. O movimento<br />
propõe a instalação de uma<br />
Constituinte Exclusiva para a consolidação<br />
da mudança do sistema político<br />
do país através de um projeto de lei de<br />
iniciativa popular (PL nº 6.316, de<br />
2013) encaminhado, ao Congresso.<br />
A Coalizão reúne mais de 100 instituições<br />
como Ordem dos Advogados do<br />
Brasil (OAB), a Conferência Nacional<br />
dos Bispos do Brasil (CNBB), a Central<br />
dos Trabalhadores e Trabalhadoras do<br />
Brasil (CTB), Conic (Conselho Nacional<br />
de Igrejas Cristãs do Brasil), Movimento<br />
de Combate a Corrupção Eleitoral<br />
(MCCE), União Nacional dos Estudantes<br />
(UNE) e Movimento dos Pequenos<br />
Agricultores (MPA Brasil).<br />
“A proposta é de um projeto de tramitação<br />
ordinária, não implica em<br />
emenda constitucional. É de iniciativa<br />
popular, ou seja, não é de situação ou<br />
oposição e sim algo que pretende ser<br />
representativo de todos os segmentos<br />
democráticos da sociedade. Procuramos<br />
encontrar identidade em torno de<br />
número pequeno de questões, mas que<br />
são decisivas para destravar o processo<br />
democrático brasileiro, para criar<br />
um sistema de representação mais<br />
identificado”, explica Aldo Arantes, exdeputado<br />
na Constituinte de 1988 e<br />
coordenador da Comissão Especial da<br />
OAB de Mobilização para a Reforma<br />
Política.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Elas</strong> <strong>por</strong> <strong>Elas</strong> - Abril <strong>2015</strong>