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edição de 15 de abril de 2024

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lar por indução e karaokê, entre outros<br />

diferenciais. Está na faixa <strong>de</strong> R$ 1<strong>15</strong>,8 mil.<br />

GWM, Toyota, Caoa Chery e Volvo completam<br />

a lista das cinco montadoras que<br />

mais emplacam eletrificados no mercado<br />

nacional, reflexo do “amadurecimento<br />

rápido do mercado brasileiro <strong>de</strong> eletromobilida<strong>de</strong>,<br />

com confiança crescente<br />

nas novas tecnologias”, assegura Bastos,<br />

da montadora chinesa GWM e ABVE.<br />

O volume <strong>de</strong> vendas da BYD no Brasil<br />

saltou <strong>de</strong> 280 unida<strong>de</strong>s em 2022 para 23<br />

mil no ano seguinte, com quase 18 mil<br />

emplacamentos, alta <strong>de</strong> aproximadamente<br />

6.900%. “Começamos <strong>2024</strong> entre<br />

as <strong>de</strong>z maiores empresas do setor no<br />

Brasil. O objetivo é escalar esse ranking a<br />

bordo dos carros mais tecnológicos que<br />

o mercado oferece”, espera Pablo Toledo.<br />

A reboque do <strong>de</strong>sempenho, veio o plano<br />

<strong>de</strong> construir a primeira fábrica <strong>de</strong> eletrificados<br />

da marca no país. O aporte inicial<br />

era <strong>de</strong> R$ 3 bilhões. Mas já mudou para R$<br />

5,5 bilhões, aumento <strong>de</strong> 83%.<br />

A meta é produzir até 300 mil carros<br />

ao ano. Localizada em Camaçari, na Bahia,<br />

antiga planta da Ford, essa é a primeira<br />

unida<strong>de</strong> f<strong>abril</strong> da montadora fora da Ásia.<br />

“Os eletrificados<br />

chegam ao Brasil<br />

mais como um<br />

brinquedo que<br />

realida<strong>de</strong>, pois<br />

o valor é pouco<br />

convidativo”<br />

A investida contempla a construção <strong>de</strong><br />

prédios resi<strong>de</strong>nciais para colaboradores,<br />

e <strong>de</strong>ve criar cerca <strong>de</strong> <strong>de</strong>z mil empregos<br />

diretos e indiretos na região.<br />

Mais segurança, autonomia ao consumidor<br />

brasileiro e incentivo à ampliação<br />

da infraestrutura <strong>de</strong> recarga são as ban<strong>de</strong>iras<br />

alçadas com o início da produção<br />

<strong>de</strong> carros elétricos e híbridos. “É um reforço<br />

do compromisso com o Brasil, que<br />

se consolida como o nosso maior mercado<br />

fora da China”, conta Toledo.<br />

Presidida no Brasil por Tyler Li, a BYD<br />

preten<strong>de</strong> construir um centro <strong>de</strong> pes-<br />

Preço, recarga e revenda são barreiras para<br />

a popularização dos carros eletrificados<br />

Preço, infraestrutura <strong>de</strong> recarga e peças <strong>de</strong> revenda<br />

ainda são obstáculos para a <strong>de</strong>mocratização<br />

dos eletrificados. “Só a produção local e o<br />

aumento <strong>de</strong> escala <strong>de</strong> veículos e baterias vão reduzir<br />

os preços. Em cerca <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos, os custos serão similares<br />

aos <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los a combustão”, prevê Márcio<br />

<strong>de</strong> Lima Leite, da Anfavea e Stellantis.<br />

O preço médio ultrapassa R$ 200 mil, embora a<br />

BYD tenha mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> R$ 100 mil. “Estamos<br />

convictos <strong>de</strong> que é possível oferecer carros altamente<br />

tecnológicos a um preço acessível, mesmo na linha<br />

premium. Veja o caso do BYD Seal. É uma máquina com<br />

531 cavalos, que faz <strong>de</strong> zero a cem quilômetros em 3,8<br />

segundos, com <strong>de</strong>sign sofisticado, por menos <strong>de</strong> R$<br />

300 mil”, exemplifica Pablo Toledo, da BYD.<br />

Segundo o executivo, essa abordagem se esten<strong>de</strong><br />

a todo o portfólio da marca. “Qualquer motorista <strong>de</strong><br />

aplicativo acostumado a ter a matemática do carro<br />

na ponta da língua po<strong>de</strong> atestar: não há uma marca<br />

que <strong>de</strong>mocratize mais a frota brasileira que a BYD”,<br />

certifica. A realida<strong>de</strong> divi<strong>de</strong> opiniões. “Os eletrificados<br />

chegam ao Brasil muito mais como um brinquedo que<br />

uma realida<strong>de</strong>, pois o valor ainda é pouco convidativo.<br />

Esses carros na faixa <strong>de</strong> R$ 100 mil são próprios para<br />

centros urbanos e não para todo o tipo <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>,<br />

como vemos fora do Brasil”, rebate o professor<br />

Carlos Murilo Moreno, da ESPM.<br />

Responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> quem compra e não <strong>de</strong> quem<br />

fabrica, o carregamento dos eletrificados pe<strong>de</strong> paciência.<br />

Quando o carro a gasolina chegou, as pessoas<br />

tinham <strong>de</strong> levar um galão <strong>de</strong> combustível no automóvel<br />

porque não existiam postos suficientes. A estrutura<br />

foi construída aos poucos, e perdura por mais <strong>de</strong><br />

cem anos. “O importante é lembrar que investimentos<br />

vultosos estão chegando. Se as multinacionais <strong>de</strong>monstram<br />

preferência em colocar dinheiro no Brasil<br />

é porque o conjunto entre fabricar e ven<strong>de</strong>r é mais<br />

positivo aqui do que na Argentina, Colômbia, México”,<br />

reconhece Moreno.<br />

O especialista em automotive business compartilha<br />

a sua experiência após rodar 20 dias com um carro<br />

elétrico. “É difícil achar um carregador e, quando você<br />

Donos <strong>de</strong> carros eletrificados enfrentam filas <strong>de</strong> abastecimento e dificulda<strong>de</strong>s para encontrar pontos <strong>de</strong> recarga<br />

encontra, corre o risco <strong>de</strong> estar ocupado. Bate uma tremenda<br />

ansieda<strong>de</strong>. O número <strong>de</strong> carregadores no Brasil<br />

ainda é muito baixo. Nos Estados Unidos, o volume é<br />

maior, porém, o número <strong>de</strong> carros elétricos também é<br />

muito maior. As pessoas acabam enfrentando o mesmo<br />

problema das filas”, relata.<br />

Curto CirCuito<br />

Donos <strong>de</strong> elétricos são obrigados a provi<strong>de</strong>nciar<br />

infraestrutura <strong>de</strong> uma ponta a outra do <strong>de</strong>stino, e o<br />

trânsito reduz a autonomia. “Há promessas que empolgam<br />

as pessoas. Ligar o carro na tomada em vez <strong>de</strong> ir<br />

ao posto <strong>de</strong> gasolina parece algo maravilhoso, mas é<br />

preciso tomar cuidado com a percepção das pessoas”,<br />

alerta Christiano Bock, da AlmapBBDO. “Nos Estados<br />

Unidos, que têm muitas estradas, já há motoristas <strong>de</strong>sistindo<br />

<strong>de</strong> ter um elétrico como única opção <strong>de</strong> carro.<br />

Ninguém quer ficar duas ou três horas em uma fila <strong>de</strong><br />

carregamento”, adverte Bock.<br />

Raízen, Ipiranga e Vibra estão entre as empresas<br />

Frimufilms1/Freepik<br />

que investem na expansão <strong>de</strong> pontos públicos <strong>de</strong> recarga.<br />

“Parcerias com postos Ipiranga ou Shell não<br />

<strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ser uma estratégia <strong>de</strong> marketing po<strong>de</strong>rosa”,<br />

sugere Fernando Figueiredo, da Bullet. A Vibra, dona da<br />

marca dos Postos Petrobras, se empenha em ampliar a<br />

re<strong>de</strong> <strong>de</strong> recarga rodoviária no Brasil. O corredor elétrico<br />

em implementação abrange quase dois mil km <strong>de</strong><br />

extensão, totalizando <strong>15</strong> eletropostos <strong>de</strong> alta potência.<br />

A previsão é alcançar nove mil km, conectando sete estados<br />

brasileiros, toda a região Sul e Su<strong>de</strong>ste, além do<br />

Nor<strong>de</strong>ste e Distrito Fe<strong>de</strong>ral. A previsão é disponibilizar o<br />

serviço <strong>de</strong> recarga <strong>de</strong> veículos elétricos em 25% <strong>de</strong> sua<br />

re<strong>de</strong> <strong>de</strong> postos até 2030.<br />

A revenda é outro problema já percebido em países<br />

como a Noruega, mercado que mais ven<strong>de</strong> carros<br />

elétricos atualmente. “O primeiro dono <strong>de</strong> um carro<br />

elétrico é a pessoa que acredita na proposta e monta<br />

estrutura. Mas nem sempre o segundo proprietário<br />

está disposto a encarar isso”, constata Moreno. Com o<br />

híbrido, o Brasil po<strong>de</strong> ter menos dificulda<strong>de</strong>s. JL<br />

jornal propmark - <strong>15</strong> <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> 19

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