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Governo Electrónico - Universidade do Minho

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Capítulo 3: Fundamentação e Descrição <strong>do</strong> Estu<strong>do</strong> 141<br />

flexibilidade para recuperar temas que já haviam si<strong>do</strong> debati<strong>do</strong>s, mas em relação aos quais<br />

importava ouvir a opinião <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> perito.<br />

Foi feito o registo áudio de todas as entrevistas. Nos momentos iniciais da entrevista foi<br />

pedida autorização aos peritos para fazer esse registo, ressalvan<strong>do</strong>-se que as gravações seriam<br />

mantidas confidenciais, poden<strong>do</strong> apenas ser ouvidas pela investiga<strong>do</strong>ra e pelo seu orienta<strong>do</strong>r, caso<br />

tal se revelasse necessário. To<strong>do</strong>s os peritos aceitaram prontamente o pedi<strong>do</strong>. Apesar das inibições<br />

que tal possa causar [Schmitt e Klimoski 1991], considerou-se que o registo áudio seria<br />

imprescindível, pois só assim permitiria que a investiga<strong>do</strong>ra concentrasse toda a sua atenção no<br />

entrevista<strong>do</strong> e na sequência da conversa, o que era particularmente exigente da<strong>do</strong> o facto das<br />

entrevistas serem muito pouco estruturadas. Além disso, a existência de registo áudio permitiria<br />

também melhorar a qualidade da análise. Como realça Silverman [2001], embora as pessoas<br />

tenham capacidade de memorizar e sumariar algumas das coisas que lhes são ditas, não têm<br />

capacidade de se lembrar de aspectos como pausas, sobreposições de fala e interjeições que<br />

podem enriquecer consideravelmente o material recolhi<strong>do</strong> e assim contribuir para uma melhor<br />

análise.<br />

Aquilo que foi possível constatar das entrevistas foi que, decorri<strong>do</strong>s alguns minutos de<br />

conversa, os peritos tendiam a ―libertar-se‖ e a esquecer ou não se importar com a presença <strong>do</strong><br />

grava<strong>do</strong>r. Nalguns casos isso foi mesmo reconheci<strong>do</strong> pelos próprios peritos, como demonstram os<br />

<strong>do</strong>is extractos 70 3.1 e 3.2.<br />

Extracto 3.1<br />

**P33**<br />

―Off the record (.) eu não sei se isso é se isso é algo que os organismos queiram (.) e já lhe<br />

digo que não sei [(1.6) e e nem é preciso ser off the record<br />

**Inv**<br />

[Que os organismos<br />

**Inv**<br />

Não não eu isto não depois eu [man<strong>do</strong>-lhe::: os textos<br />

**P33**<br />

[Se se os orga (.2) não não não se preocupe (.) isso aí eu<br />

não não tenho problema nenhum em dizê-lo (.) os organismos se fizerem isso vão descobrir<br />

que têm muita ( )‖.<br />

70 Nos extractos apresenta<strong>do</strong>s, **P03**, **P33** e **Inv** são partículas que marcam o início de cada intervenção. Por questões de<br />

anonimato, os peritos não são referi<strong>do</strong>s pelos nomes próprios mas por um identifica<strong>do</strong>r alfanumérico forma<strong>do</strong> pela letra P seguida de <strong>do</strong>is<br />

algarismos. A partícula **Inv** é utilizada para identificar intervenções da investiga<strong>do</strong>ra.

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