10.01.2013 Views

Governo Electrónico - Universidade do Minho

Governo Electrónico - Universidade do Minho

Governo Electrónico - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Capítulo 4: Itens com Influência no Processo de Implementação de Interoperabilidade entre SI na AP 179<br />

4.3.7 Confiança Interorganismo<br />

A prestação de serviços públicos de forma integrada e transparente para os cidadãos assenta<br />

fortemente na criação de relações de colaboração entre as várias entidades administrativas<br />

intervenientes na sua execução.<br />

O estabelecimento e gestão de relações de colaboração é um fenómeno reconhecidamente<br />

complexo, que tem si<strong>do</strong> alvo de diversos trabalhos de investigação, muitos <strong>do</strong>s quais direcciona<strong>do</strong>s<br />

para a identificação e compreensão <strong>do</strong>s vários aspectos que podem dificultar ou comprometer a<br />

criação deste tipo de relações.<br />

Um <strong>do</strong>s aspectos que tem si<strong>do</strong> avança<strong>do</strong> na literatura como um <strong>do</strong>s pilares fundamentais<br />

nos processos de colaboração é a confiança [Barson et al. 2000; Black et al. 2003; Hart e Saunders<br />

1997; Tsagkani 2005; Williams 1997].<br />

O conceito de confiança, apesar da frequência com que é utiliza<strong>do</strong> na literatura, não<br />

apresenta ainda uma definição universalmente aceite.<br />

De uma forma muito simples, Ring e Van de Ven [1992, p. 488] consideram que confiar é<br />

―acreditar na boa vontade <strong>do</strong>s outros‖. Numa formulação mais elaborada, Mayer et al. [1995,<br />

p. 712], definem confiança como ―a vontade de uma parte estar vulnerável às acções de outra<br />

parte, com base na expectativa de que a outra parte irá realizar uma acção particular importante<br />

para a primeira, independentemente da capacidade de monitorizar ou controlar essa outra parte‖.<br />

Hart e Saunders [1997] sublinham que a expectativa existente por parte da entidade que confia não<br />

é apenas de que a outra parte vai realizar uma acção particular, mas que ela o fará de uma forma<br />

respeitosa e competente e não de forma oportunista, mesmo em situações em que possam haver<br />

incentivos para tal.<br />

As definições anteriores têm implícitas duas ideias fundamentais subjacentes ao conceito de<br />

confiança. A primeira, é que confiança tem sempre associa<strong>do</strong> um determina<strong>do</strong> risco, pelo que, a<br />

decisão de confiar ou não em algo ou em alguém resulta, em parte, da avaliação subjectiva que a<br />

parte que confia faz <strong>do</strong> risco em que pode incorrer ao ter confiança na outra parte [Black et al.<br />

2003; Hudson et al. 1999]. A segunda, é que confiança traduz sempre a existência de algum<br />

desconhecimento ou incerteza de uma parte em relação ao comportamento da outra parte [Black et<br />

al. 2003; Hudson et al. 1999]. Com efeito, se as acções da outra parte fossem constantemente<br />

visíveis, se os seus motivos fossem transparentes e se as suas actividades fossem completamente

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!